11 de mai. de 2009

Diga-me o seu nome, e dir-te-ei quem és.

O envolvimento das elites com as manifestações populares é caracterizado, também, pela seleção de simbologias que sirvam como prova real deste envolvimento. No caso específico da capoeira, a ocupação deste espaço foi seguida pela absorção de elementos externos, ligados à escravidão, os quais têm sido utilizados sem critérios históricos o que, geralmente, resulta no que denominamos, hoje, de politicamente incorreto. Exemplos como a não utilização de calçado, calças acima do tornozelo, e outros exemplos que simbolizam uma capoeira eternamente escrava. Mas limitar-me-ei a um deles, o apelido, devido aos efeitos negativos para a auto-estima, e pelo desrespeito a todo ritual por que passa um ser humano, antes e após o nascimento, para receber um nome.
O interesse pela utilização de elementos que identifique a capoeira como mais uma manifestação de matriz africana, passa por uma pesquisa mais apurada, neste caso, do que significava para o escravizado a perda do seu nome.
Vale informar que, na realidade, a prática de batizar o aluno e dar-lhe um apelido é tão jovem quanto a criação da capoeira regional. Nas várias obras que versam sobre a capoeira, pelo menos até o final do século XIX, não encontrei registro que justifiquem tal "ritual" como tradição ligada à capoeira. Só consigo interpretar tal prática como mais uma forma de racismo que já não tem cabimento, diante dos diferentes espaços que a capoeira vem ocupando, uma vez que a maioria desses apelidos têm conotação pejorativa.
Historicamente, duas nacões africanas são reconhecidas como mais numerosas na preferência dos traficantes durante o tráfico atlântico: os angolas, que eram batizados no momento do embarque no porto de Luanda, e os nagôs que recebiam os sacramentos católicos nos portos de chegada. O batismo se caracterizava pela troca do nome de origem por um nome cristão, adicionado à etnia do escravizado. Ex: Manoel Angola, Antonia Nagô , e assim por diante. No Brasil, mesmo ao serem alforriados, não ficavam livres das marcas da escravidão. Ao nome cristão era acrescentado o sobrenome do senhor de engenho, ex-proprietário do escravizado. Observa-se que o objetivo era a desconecção do africano com os seus parentes, a partir da perda de identidade.
João Reis, além de apresentar rituais afro-orientais que caracterizam a simbologia do nome para o africano, afirma o nome pessoal como "peça de resistência ao lado do nome dado pelo senhor." ( Reis:315). Ainda, segundo Reis, "o batismo simbolizava para a maioria dos escravos a trágica passagem da posição de africanos para a de escravos. Ao preservarem os velhos nomes étnicos ou mulçumanos, eles buscavam reter uma parte importante e muito significativa da memória e identidade pessoais."(Reis:316). Aqui, o batismo era o momento em que o africano, além de mudar de nome, era obrigado a deixar para trás as suas experiências religiosas tendo que, obrigatoriamente, aceitar a religião católica, do que os escravocratas nem sempre obtiveram êxito.
Como sabemos, capoeira e capoeiristas foram perseguidos pela polícia em todos os lugares em que se apresentaram. A História está repleta de fatos que reforçam esta minha afirmativa. De tal maneira que, segundo Holloway, no Rio de Janeiro do século XIX, "[...] desde a criação da intendência em 1808 até a década de 1890, boa parte da força policial destinou-se a reprimir a capoeira". Ainda conforme o autor, até o ato de arremessar pedras contra alguém poderia levar o autor a ser enquadrado na atividade genericamente denominada de capoeira.( Halloway:53).
Observamos que, para o Rio de Janeiro,"o termo se aplicava a várias atividades exercidas sobretudo por escravos [...]". (Halloway:52).
Algumas pessoas tentam explicar a "tradição" do apelido com a justificativa de que os capoeiristas de antigamente se utilizavam desse artifício para se esconderem da polícia. Vale atentar para o fato de que essa era, e continua nos dias de hoje, uma estratégia da repressão policial para que suas investidas contra perseguidos homônimos não fosse prejudicada. O apelido era escolhido a partir do estereótipo do indivíduo, semelhante à forma como vem acontecendo na capoeira. Conforme o capoeirista que estiver sendo batizado ele pode, a partir daquele momento, ser chamado de Macaco ou Brad Pitt; Capenga ou Diego Hipólito ;Xuxa ou escrava Isaura.
Claro que o afro-descendente, nem sempre dotado de uma beleza cartesiana, dificilmente será agraciado com um apelido não pejorativo, já que a referência é o extereótipo.Tenho feito a experiência de perguntar a alguns capoeiristas - àqueles que carregam os apelidos mais degradantes - se seus pais, irmãos e outros parentes o tratam por tal apelido, e a resposta da maioria é sempre negativa.
Diante dessa realidade e atentando para o fato de termos, hoje, a capoeira sendo ensinada em várias escolas, deixo as seguintes perguntas para reflexão: como esse problema tem sido tratado à luz da lei 10.639? Que efeito esta prática faz nas crianças praticantes de capoeira? Onde está o Movimento Negro? E, para finalizar, quando, nas plagas européias, teremos um capoeirista apelidado de Macaco ou uma capoeirista apelidada de Nêga Maluca? Urge que reflitemos.
Caros amigos e amigas capoeiristas, reajam a esse desrespeito. A sua estima em primeiro lugar. O seu nome é o link (ligação) entre você e os seus ancestrais. Aceitar um apelido é abrir mão de estar em contato com uma energia que orienta o seu pertencer. Mas se você gosta do seu apelido, mesmo que pejorativo, eu só tenho que respeitar o seu direito de escolha.
Mestre Moraes

Referência bibliográfica


Thomas H. Holloway, Polícia no Rio de Janeiro:repressão e resistência numa cidade do século XIX, Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1997.

Carlos Eugênio Líbano Soares. A capoeira escrava e outras tradições rebeldes no Rio de Janeiro(1808-1850), Campinas, Unicamp, 2001.

João José Reis, Rebelião Escrava no Brasil. A história do levante dos malês em 1835, São Paulo, Companhia das Letras, 2003.

55 comentários:

  1. Mestre o senhor tocou em um ponto que nunca havia pensado, sobre a ancestralidade da pessoa quando usado apelidos pejorativos. Pensando por esse lado realmente é muito triste.
    Infelismente encontramos pessoas que para serem aceitas em determinados grupos de pessoas ou grupos de capoeira acabam aceitando esses apelidos e ainda acabam sendo motivo de chacota.
    É como o senhor postou,reajam...Em primeiro lugar temos que pensar em nós e depois em nossos ancestrais.
    Mestre obrigado mais uma vez.
    Ngunzo

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    1. Moraes jogando capoeira hé um expert,falando hé um Tiririca. Conheço diversos capoeiristas cuja alcunha não tem nada de pejorativo ou algo contra ancestralidade, submissão, raça etnia; tomemos como ezemplo, Pastinha ,q vinha de pastina com ~ sobre o n, Chico três pedaços, o qual a faca q o perfurou que tou em três pedaços, Samuel querido de Deus, a quem Deus mandou jogar capoeira e tantos outros.

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  2. Mestre!

    Desculpe-me por ainda estar cometendo este erro. Quero frisar que estou me corrigindo, no gcap todos estão me chamam pelo nome, desde do dia que o senhor nos orientou, citando a história, onde Dalila corrigiu um visitante no GCAP que se apresentou pelo apelido. Já modofiquei o meu email e avisei todos meus contatos. Aconteceu um fato muito interessante, ao comentar com minha mãe sobre o senhor estar nos corrigindo sobre a questão do apelido, ela ficou muito feliz e me explicou,que meu pai escolheu o meu nome da seguinte forma:
    José - primeiro nome de meu pai
    David- significa vida
    Evangelista- sobrenome da família de minha mãe
    Fonseca - sobrenome da família de meu pai.
    O objetivo dele era manter vivo o nome de nossa linhagem e só agora vim descubrir, graças ao senhor.Obrigado por me aproximar de minha ancestralidade familiar.
    Abraço
    David

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  3. "Sou discípulo que aprendo, meu Mestre quem dá lição..."

    Precisamos nos reportar um pouco ao desenvolvimento da sociedade para compreendermos melhor os processos criados pelos sistemas governamentais em busca do aprisionamento mental dos cidadãos.
    Não podemos negar que, em todos os períodos históricos, existiram pensadores que se posicionaram contra as idéias vigentes de seu tempo, porém, cada um deles, teve sua penitência...
    Apesar desta gama de marcos intelectuais(sem querer "europocentrar" minha opinião), resolvi ater-me à proposta de apenas um deles para analisar o tema abordado pelo Mestre. Caso eu esteja equivocada, peço que me corrijam.
    Se os modelos sociais tivessem reproduzido os ideais desenvolvidos por Aristóteles, a realidade seria outra. Para ele, o conceito de cidadania(apesar de ainda não existir naquela época) transcenderia ao simples fato de pertencimento à polis. Existiria todo um aparato sócio-político e cultural que caracterizaria o cidadão; e, através da politização(não no sentido que o conceito de política adquiriu na sociedade moderna, onde o político aderiu ao método da politicagem para fazê-la), das relações estabelecidas dentro do corpo social, desempenharia a condição, nos indivíduos, tanto para serem governados quanto para governar. Haveria a educação para existirem educadores.
    Através da abordagem feita por Mestre Moraes, onde ele deixa claro a existência de perseguições e retalhações à questão identitária do povo negro, podemos perceber de que forma o sistema governamental age quando sente que sua supremacia está fadada a ameaças. Então, pergunto: é interessante, para este sistema corrupto ao qual estamos submetidos, permitir que as propostas efetivamente construtivas sejam levadas para dentro dos espaços "responsáveis" pela formação de cidadãos?
    A história se repete, porém, com uma nova roupagem...
    Não teremos (até certo ponto!) capoeiristas de "peso" nas escolas públicas devido à capacidade de organização, reconhecida pela classe dominante, que a Capoeira possui quando utilizada como um instrumento de libertação e transformação da classe oprimida.
    Sendo assim, muito mais do que a questão do nome, vejo a questão da representatividade como sendo um determinante fundamental na busca por uma sociedade mais coesa, guiada por leis que valorizem veradadeiramente seus princípios.

    Kátia

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  4. >>>> Mestre Moraes me perdoe, mas não consigo entender essa sua nessecidade de tentar ingloriamente em desclassificar o nosso GRANDE MESTRE BIMBA . >>>

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    Axe'

    Moraes, como me foi enviado o pedido para repassar este tema do blog, ao repassar recebemos noutros foruns, etc, resposta aa tua 'chamada'. Inclusive esta do mestre Cafune-BA, que copio para vc/s neste blog.

    Abrs,
    Me. JC

    ----- Original Message -----
    From: Sérgio Fachinetti Dória - Mestre Cafune cafunecapoeirabimba@ig.com.br
    To: portalcapoeirars@yahoogrupos.com.br
    Sent: Thursday, May 14, 2009 6:32 AM
    Subject: Re: Mestre Moraes - GCAP : Diga-me o seu nome, e dir-te-ei quem és.


    Aqui na Bahia, e isso é fácil de se verificar, a prática do apelido vem sim desde o tempo dos escravos. Em qualquer Obra de qualquer escritor brasileiro, seja ele de que época for, seja em qualquer tipo de literatura em que apareçam personagens, os apelidos estarão presentes.

    Em toda família bahiana há sempre um apelido carinhoso ou mesmo jocoso (sempre em tom de brincadeira carinhosa) em quase todos os membros das famílias. Poucos pejorativos ou discriminatórios. Claro que naquelas pessoas que são racistas ou preconceituosas muitas vezes também aparecem apelidos nesse sentido.

    Os apelidos na academia do Mestre Bimba tinham e tem sempre um sentido educativo, e principalmente na sua metodologia de ensino,para fazer o camarada iniciante sentir-se totalmente integrado ao grupo. Na hora da festa do batisado, que era quando o camarada ganhava o apelido, era muito grande a espectativa e ansiedade daquele novato para ganhar seu nome de guerra. De todos os alunos do Mestre Bimba com quem eu já contatei, e já são perto de 150 de uma relação de quase 300, todos são categóricos, firmes e perfeitamente conscientes da importancia que o apelido teve e tem em todo o resto de suas vidas.

    Mestre Moraes me perdoe, mas não consigo entender essa sua nessecidade de tentar ingloriamente em desclassificar o nosso GRANDE MESTRE BIMBA .

    Procure nas Revistas Praticando Capoeira, numa das primeira em que publiquei artigos sobre M.Bimba e sua Regional, foram 25 ao todo, o artigo sobre esse assunto.

    Mestre Cafuné

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    2009/5/13 Mestre Moraes bantumoraes@hotmail.com

    Mestre Moraes enviou o link de um blog para você:

    Oi Jerônimo, favor repassar este texto para a roda. Este texto já está
    publicado no meu blog. Obrigado Moraes

    Blog: Mestre Moraes - GCAP
    Postagem: Diga-me o seu nome, e dir-te-ei quem és.
    Link:

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    1. Compartilho do seu mesmo pensamento. Aquhi o filho do leiteiro hé leiteiro ou bebe leite.o do mecânico hé cu de graxa,o do polícia hé samango ou sargento ou coronel e ngm se aborrece com isso!

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  5. apelido pejorativo e complicado,e desvalorizar o aluno, mais tocar nesse assunto e exemplificar a capoeira regional e a mesma coisa que pejorativar algo que nao se sabe por completo,a regional por mais nova que seja ou feita por muitos despreparados e o estilo que leva em maior forca a palavra capoeira, abrir a boca pra falar a respeito de uma coisa que nao se conhece e a mesma coisa de odiar caviar sem nunca ter comido, quem tem boca fala o que quer esse e mestre morais!

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  6. Admiro o mestre Moraes!!! Talvez So conheço o nome de mestre Moraes hoje por causa de mestre Bimba, se nao fosse por ele talvez nao existia o mestre Moraes, o até mesmo o grande mestre Pastinha e outros. Onde esta o moringue a ladja esquecidos, foi a capoeira que resgatou. o apelido nao influi na relaçao da ancestralidade, so a autodiscriminaçao social de cada individuo é que faz o desvalorizacao da ancestralidade, e quanto ao mestre Moraes é um dos maiores racistas encontra da capoeira, Radical Intolerante, e sabendo ele que a capoeira tradicional ja nao existe, a capoeira de angola hoje em dia em evoluçao ja é contemporanea, deixe a capoeira seguir e crescer, dé boas criticas... A capoeira hoje é toda uma cultura sendo angola ou regional practique adore, valorize, nosso esporte, nossa arte axé para a Capoeira....

    desculpe os erros ortografia meu computador
    esta em Chinés !!!!!

    Prof. Sociologo
    Manuel Castro Diaz
    Mestre Capoeira

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  7. Mestre,

    Me entristece quando eu vejo alguem receber num batizado um nome pejorativo, insultando na verdade não somente a pessoa que recebe-lho mais também o sentido de responsabilidade que a própria capoeira pede.

    O nome de alguem é uma coisa forte. Normalmente marca uma pessoa as vezes mais do que a pessoa percebe. Muitas pessoas não procuram mais os significados dos nomes. Me lembro uma passagem da Bíblia aonde 3 seguidores de Deus foram visitar um rei que louvava um outro Deus. Este rei mandou mudar os 3 nomes das pessoas. Os nomes dos 3 eram pra louvar o Deus deles, mais só que o rei mudou os nomes assim que os nomes viraram uma louvação pro outro Deus do rei...então a Biblia já avisa pessoas sobre isto (pra quem esta atento)

    O que eu queria perguntar, é sobre apelidos em geral na capoeira. No Brasil já tem muita gente que tem apelido sem ser capoeira. Um apelido que eles receberam numa outra ocasião do que um batizado.

    Também existem os Mestres da Velha Guarda que já faleceram que tinham um apelido, mais não foram da Regional como: Mestre Canjiquinha, Mestre Caiçara, Mestre Traíra e Mestre Cobrinha Verde. O que o senhor acha deles ter usados estes nomes? Mestre Canjiquinha deixou publicar no seu livro Alegria de capoeira: Quem não conhece Canjiquinha, nunca bebeu Coca-Cola, então numa forma parece que ele aceitou o seu próprio apelido dado pelo um amigo dele.

    Dar um nome irresponsavel é uma coisa, mais dar um nome que encaixa muito bem na "personalidade" da pessoa, que até a propria pessoa reconhece sem ter pressão do tempo como: dia do batizado, o senhor também acha que deve ser evitado?


    Jeroen Verheul

    Rouxinol

    jerouxinol@hotmail.com

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  8. Esse nogócio energia de ancestráis, é conversa inventada, gosto de apelida meus alunos, mas dou-lhe dois apelido ele tem opção para escolher um.
    Até Jesus teve apelido de NAZARENO.

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  9. Sem sombras de duvida, mestre Moraes 'e um grande conhecedor da arte-capoeira. Sua trajetoria historica prova e comprova o que relatei no paragrafo anterior e quanto a isso nao existe duvidas ou ainda questionamentos. Porem acredito que na historia da arte capoeira existem varias versoes, varios aspectos que precisam ser analizados com cautela, discernimento,e muita paciencia. O que mestre Moraes apresenta em seus disccursos 'e a verdade "dele".Porem dentro de uma arte plural, subjetiva, e acima de tudo complexa como a capoeira, nao sei ate que ponto seja saudavel adotarmos uma unica ideia como a representante de alguma verdade absoluta e portanto inquestionavel. Os apelidos nao sao pertinentes unica e exclusivamente a arte capoeira, SAO COISAS DO POVO, DA VIDA URBANA, E ASSIM VAI, e como a capoeira 'e do povo, desenvolveu-se nas ruas, pracas, beira-mar, fundos de quintais, em feiras livres, enfim em ambientes urbanos, nada mais logico que muitos costumes sociais refletissem na forma de ser, existir, coexistir e resistir da arte capoeira. Os apelidos como habito social, sao mais antigos do que a propria capoeira acredito eu. Agora atacar a capoeira regional 'e para alguns uma questao de necessidade.

    PAULO ROBERTO. cmpulinho@hotmail.com

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  10. Um erro. Meu email 'e cmpaulinho@hotmail.com

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  11. Ola mestre Moraes como vai tudo bem ?

    Bem eu vivo pelo meio da capoeiragem e sinto que nos ultimos tempos a capoeira cresceu muito,mais que atraves da ignorancia de alguns ela nao se tornou uma coisa ainda maior pois cresceu apenas na sua parte pratica mais que a filosofia poucos a tem;e o pensar nao se qualificou,do que ela representa realemente da nessa roda de vadiagem do saber,exencia.ogumoxosse@hotmail.com

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  12. Bem, pelo que eu intendi foi que o mestre Moraes chama atençao a nomes e palavras pejorativas dentro da Capoeira. Infelizmente, os que tem "aquela" dor querem tentar desviar a mensagem.

    Hoje em dia muitos mestres e professores de capoeira nao ensinam (ou talvez nunca aprenderam)factos estóricos da capoeira e do povo Africano. Aprendendo a estória Africana e Afro-Brasilieira, os capoeiristas teriam mais respeito pela arte e entao encontrariam algo que um tal de "Anônimo" nunca sentiu..Ligaçao ancestral.

    Eu já vi mestre batizando aluno de Otário, chamando um asiático de chinatown e Africano de negao. Mas que falta de respeito!

    A educaçao começa em casa e quem nunca a teve nao pode de forma alguma intender as palavras de mestre Moraes.

    Que ridiculo classificar o mestre Moraes como um racista, quando existe tanto racismo na sociedade Brasileira que é bastante ignorado.

    Totti Angola
    capoeira Angola center of the Netherlands(Amsterdam)

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    1. TOtti Angola

      Se você ler um dos primeiros comentários deste artigo, observa-rá que um aluno de Mestre Moraes relata que ninguém mais na academia do mestre deve ser chamado por apelido.

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  13. ----- Original Message ----- From: Beto Negao
    To: Mestre J C
    Sent: Friday, May 15, 2009 1:03 AM
    Subject: Re: Beto, e o Moraes... linha direta.... vai gingar no Blog....


    Valeu, mestre!
    Minha intenção não era escrever kkkkkkkk, era para ser rsrsrsr (risos).
    Porque acho o mestre Moraes muito engraçado quando ele fala algo sobre Capoeira. Já assisti varias palestra dele, e como sempre querendo ser o dono da verdade. Fazer o comentario sobre mestre Bimba, tive que ri, porque pareceu um papo de porta de bar. Coisas sem sentido. Apelido no Brasil tem varios sentidos. Em minha casa todos tem um apelido, e assim é meu bairro também, ninguém é chamado pelo proprio nome.

    Mas uma razão para eu pesquisar esse colocação da apelido na Capoeira. Esse coisas sempre me inspira...

    Axé,
    Beto Negão

    ----- Original Message -----
    From: Beto Negao
    To: Mestre J C
    Cc: cafunecapoeirabimba@ig.com.br ; bantumoraes@hotmail.com
    Sent: Thursday, May 14, 2009 2:03 PM
    Subject: Re: Mestre Moraes - GCAP, contra o legado do Mestre Bimba...??!!


    Essa é mais uma do mestre Moraes. kkkkkkkkkkk Mestre Moraes, tenho fotos do senhor fazendo batizado no Rio de Janeiro. Sou um aprendiz da Capoeira, mas pesquiso muito e consigo varios materias através da internet e pessoas que faço amizade também na internet. Então, estou sempre fazendo uma troca de informação.



    2009/5/13 Mestre J C

    Mestre Moraes me perdoe, mas não consigo entender essa sua nessecidade de tentar ingloriamente em desclassificar o nosso GRANDE MESTRE BIMBA . -- ( Mestre Cafuné )

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  14. ----- Original Message -----
    From: Ronaldo SONYC sonyccapoeira@hotmail.com
    To: mestrejeronimo
    Sent: Friday, May 15, 2009 3:59 AM
    Subject: RE: Mestre Moraes - GCAP, contra o legado do Mestre Bimba...??!!


    ao mestre moraes

    de um ex-admirador...(devido à alguns cursos que participei com preleção do mestre e devido a decepção na resposta de um ícone da capoeira e diretor de escola pública de SSA. sobre a lei 10639/03 em curso no RJ no ano de 2007.)

    Gostaria de levantar alguns questionamentos sobre essa questão do apelido, talvez sem muita fundamentação academica por não ser minha área de pesquisa...será que os apelidos(pejorativos ou não) não fazem parte da cultura popular, ou do imaginário de nosso povo?

    Ou seja, acredito que o apelido de Xuxa à caucasiano deva ser relacionado a XUXA, que por ventura vem a ser apresentadora e pq será que ela tem esse apelido? Ou mesmo o famoso Pelé, que gera o apelido de diversoso mestres famosos, pq será(e por quem) que o tal Edson foi chamado de Pelé?...ao se pensar nas características físicas ou pessoais, talvez as identidades não estejam sendo negadas, mas reforçadas para inserção em determinados grupos sociais que permeiam a afirmação por essa pratica...ao que tenho acompanhado, na minha breve vida de capoeirista (só 15 anos-sou um bebê, me sinto na capoeira como meu filho recem-nascido, descobrindo ainda onde estou...),

    percebo que muitas pessoas que se identificam com a capoeira solicitam muitas vezes o seu apelido,no meu ponto de vista, para se sentirem "aceitas" no grupo(coisa de ser humano,rs), o que não vejo como uma prática da capoeira regional, mas sim da cultura popular, assim como mestre Cafuné bem observou.

    Não quero gerar um confronto ou acusar alguém, longe de mim julgar ou ser julgado...quem sou eu? Mas acredito que o tema é valido para uma discussão mais ampla...

    Observo também que muitos de seus discipulos também possuem apelido...talvez na sua leitura de mundo não seja pejorativo, mas sabendo que a identidade cultural e as praticas significativas são mutaveis de acordo com nossas experiências de vida observo que para outras formas de leitura de mundo venham à ser...

    Apenas reafirmando que estamos presos em nossas praticas discursivas e nas relações de poder que essas estabelecem o que muitas vezes nos dão rasteiras que são dificeis de levantar para recomeçar o jogo...enfim...estou aqui para aprender...

    abraços cordiais

    Sonyc/SP




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    Subject: Mestre Moraes - GCAP, contra o legado do Mestre Bimba...??!!
    Date: Thu, 14 May 2009 10:45:02 +1000


    Mestre Moraes me perdoe, mas não consigo entender essa sua nessecidade de tentar ingloriamente em desclassificar o nosso GRANDE MESTRE BIMBA . -- ( Mestre Cafuné )

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  15. ----- Original Message -----
    From: "mestrebocadomundo" mestrebocadomundo@yahoo.com.br
    To: portalcapoeirars@yahoogrupos.com.br
    Sent: Friday, May 15, 2009 5:15 PM
    Subject: [portalcapoeirars] Mestre Morais sempre falando mau e denegrindo a capoeira regional



    O Mestre Morais , voce nunca muda mesmo , sempre falando mau da regional e volta e meia comendo dela . Pq vc vai nos eventos dela e ganha dinheiro da regional de Mestre Bimba . Voce tem a memoria curta ja esqueceu que vc recebeu e deu cordel da regional no RIo de Janeiro ?
    Pra quem estuda vc esta sendo um desinformado pq apelido sempre houve na vida do negro escravo e fugido e depois da libertacao da escravatura tb . Leia mais , se informe mais .

    Mestre Bimba foi o Mestre dos Mestres e ninguem de vcs tiveram disposicao de ir la mostrar pra ele que a sua angola e mais eficiente . A Regional tem um publico gigantesco em todo o mundo enquanto vcs sao uns gato pingados , frou xos e falazao e ainda despeitados .

    Depois de Morto Bimba ainda espalha a capoeira regional com muito mais eificiencia q vcs . Pare e pensa que vcs fingen que joga, fingen que atacam, fingem golpean ao passo que a regional tem firmeza eficiencia sao capoeiras com valor e qualidade .

    Ve se se recolha a sua insignificancia de lutador e fique quietinho , calado , pq os regionais nen se lembra da sua anulidade como capoeira . PT Saudacoes .

    Mestre Boca do Mundo

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  16. O homem na ansia de ser grande, tenta diminuir os outros. Um personagem na ansia de querer ser famoso, opta por ser polemico. Ser polemico gera um certo "status" e isso 'e o que interessa para alguns mestres de capoeira. Tudo o que nao venha deles, 'NAO PRESTA, NAO REPRESENTA A ARTE, 'E VIOLACAO, 'E DESCARACTERIZACAO, e assim vai.Etnocentrismo puro (quando acreditamos apenas nos valores de nossa cultura em detrimento a outras possibilidades). A cada dia essas pessoas ganham mais ANTIPATIA do que SIMPATIA, estao cada vez mais sozinhos, ano apos ano diminue consideravelmente o numero de convites para palestras, cursos, rodas e afins.Basta ver quem era o GCAP, e o que 'e hoje em dia o GCAP. Segue sendo uma referencia, porem nao da nem pra comparar o GCAP quando tinha o mestre cobra mansa, Gabriel, janja, Braga, neco entre outros. POR QUE?

    Desculpem os erros de ortografia, meu computador 'e Grego e o teclado 'e diferente.

    cmpaulinho@hotmail.com Paulo Roberto.

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  17. ----- Original Message -----
    From: Angie ¬¬ -- Recife angie_vips@hotmail.com
    To: mestrejeronimo
    Sent: Friday, May 15, 2009 8:52 PM
    Subject: RE: Energia de ancestrais & o polemico Blog do mestre Moraes...


    Não estou criticando em quem acredita, mas se ancestrais gerasse energia, não evoluíamos e voltaríamos aos tempos das cavernas, se crerem em um Homem de apelido Nazareno, não perecerias e terias a vida eterna, e esse negócio de aço de berimbau arrebentar várias vazes, é porque o aço não é flexível, arme o seu de borracha, e demora mais a quebrar.

    Meu Mestre em 2004 fez 8 horas de luta contra a violência, e na roda com muitos capoeiristas de vários tipos de jogos, passou 8 horas sem parar, quebrava um berimbau, a ordem era armar dois, e foi neste dia que a capoeira Reinou no Morro da Conceição, e lembrada até hoje.

    A superstição é o refugio dos covardes, a barreira dos fracos, e força dos tolos.

    Grata Mestre JC, aos 7 mares.

    Axé

    Graduada Anjo - Aluna do Mestre espinhela - Recife

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  18. Um ataque sem bases expoe o atacante. Graduada anjo, na ansia de atacar o mestre Moraes, voce explicitou uma falta de conhecimento enorme com relacao a coisas e fatos de grandissima importancia dentro da arte capoeira e tambem na vida do homem. A ancestralidade 'e algo que nao devemos nos desconectar, e Mestre Moraes (apesar do radicalismo) esta certissimo. Porem acredito que o tempo ou ainda a sequencia de "retornos" a esse plano espiatorio a ajudara a compreender o que hoje tu ainda nao compreende.

    cmpaulinho@hotmail.com Paulo Roberto.

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  19. Axe'

    Mandei uma nota pra Moraes e o Rapaz lah da EU que mandou essa nota que copio aqui. --

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    ----- Original Message -----
    From: Pelicano Peli
    Sent: Sunday, May 17, 2009 7:37 AM
    Subject: FW: Mestres Cafune & Moraes: na ausência do mestre... "fica" cometendo aberraçãoes com a regional...

    Ola Mestre Geronimo mais uma vez saravar


    mais manda pra 7 mares.


    Estou aqui repondendo a pergunta do Blog, qui



    é Que efeito esta prática faz nas crianças praticantes de capoeira?



    Participar e aprender as cuturas, tradição e rituais da capoeira Regional e resgatada dos negros africano, capoeira é un unico corpo elementado de todos meios de sofrimentos, dor, oresão, tristesa, transformado en alegria refugio, resgate, sobrevivencia, perseverança, mudança de viver e soberania entre muitas e outro meio de sobrevivencia principalmente pra classe poble e dezanparada uma forma de igualdade na sociedade.


    Onde está o Movimento Negro? O movimento negro estar en todos seres umano Brancos, Negros, e mistisso sem distiguir classes sociais, pessoal, ou quais qui sejão as diferencia a capoeira esta ronpendo e diferenciando todas e quais quer barreiras.





    E, para finalizar, quando, nas plagas européias, teremos um capoeirista apelidado de Macaco ou uma capoeirista apelidada de Nêga Maluca? Urge que reflitemos = Estou refitindo



    Resposta Ben pra começar ate hoje ainda não fui en nenhun Batisado aqui na Europa qui teve apelido qui se teve eu não tava, Batisado Geralmente aqui se dar nome de BATISADO E ENTREGA DE CORDÃO, O BATISADO SE DÃO UMA RASTEIRA, OU PORRADA E DEPOIS ENTREGASE O CORDÃO, o qui isso não é e nem numca foi o batisado do mestre Bimba, simprimente un dia especial en qui o o aluno iniciante ao prender movimentos basicos nun dia se faz o apelido de capoeira de uma forma festiva, agradante ao aluno qui passa a ser o praticante da capoeira sem machucar ou degrinir a integridade Fisica e moral do capoerista, e não de muitas forma qui é feita por ai, resauto qui não estou a agradando a todos e sim sei qui existe pessoas trabalhando serto e ate buscando conhecimento preciso para melhoras seus conhecimento da capoeira Regional.



    Mim discupa caro escritor mais qualquer leitor lego desse blog ou seja un iniciante da capoeira pode se sente muito facio de ser persoadido pelas decraração en qui são colocada

    o apelido não é tão mal asim, se ten auguma estorio do passado qui o faz entender asim não é dessa maneira qui quen trabaha serio o qui a capoeira Regional tem passado pra comunidade da capoeira no mundo, moro na Inglaterra ja ha 10 anos e nunca tive poblema com botar apelido seguindo a tradiçao do mestre Bimba e como aprendir com o meu Mestre Nenel, já tive alunos qui outro professor quiz trocar o apelido qui eu dei e ele disse Não meu apelido quen mim deu foi meu professor Pelicano, outro quiz trocar o nome de Indentidade pelo apelido de capoeira qui eu dei, sem falar en muitas outras coisa.



    Eu pensso qui tem muita jente se indiguinando com auguns ponto en qui coloca as palavra porque o unico lugar ven da capoeira Regional como vossa esselencia coloca o apelido e tão novo quanto a capoeira Regional seguido de palavras de qui seu modo de ver é uma coisa de Racismo, isso é inadimicivel e deprimente como un mestre, eu o diria se não pode ajudar não atrapalhe, se não pode falar bem não fale mal ou inguinore, se quer qui eu acredite en você pensse na sua integridade moral. mim discupe mais não tou falando com a emoção e sim com a rasão.


    Professor Pelicano

    www.filhosdebimba.net







    Mestre Moraes - GCAP

    11/05/2009
    Diga-me o seu nome, e dir-te-ei quem és.

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  22. Concordo plenamente com o mestre Moraes quando diz que o apelido é uma forma da perda de identidade e ancestralidade. Quando você nasce imediatamente há um nome - símbolo, que automaticamente é constatado como prova da sua real identidade e muitas vezes nomes horríveis que te marcará por toda vida, fazendo até com que você faça uma mudança brusca por outro nome.
    O regime escravocrata nos deixou como legado essa perda de AURA, ou seja, deixaremos de existir como fulano para ser tratado como tal. No fundo, a não existência do seu símbolo que lhe dar significância e prova de existência, passa a ser substituído por uma alcunha que muitas vezes pode atrasar sua vida. Existem nomes – apelido que marca a construção da existência de certas pessoas, mas existem outros nomes que terminam deteriorando a sua imagem para sempre até que se mude.
    O colonizador quando invadiu a África fez uma destruição na cultura, na ancestralidade, nos valores éticos e morais do povo negro e esse, sem entender de certa forma o que estava ganhando como herança, deixou-se levar e gradativamente esse efeito foi ganhando corpo e atravessando os ares dos séculos.
    Para entender de fundamento profundo, é preciso que se tenha cuidado de como provocar uma escavação. Digo isso porque o profundo exige bastante escavação e nunca iremos saber de certo o que é certo ou errado. Como o próprio Caetano Veloso diz que o certo é saber que o certo é certo, mais acredito que o certo é saber o que se sente e se alguém se sente bem com um apelido nós devemos respeitá-lo. Assim foi Francisco que fugiu mata adentro e se autodenominou como ZUMBI o deus da guerra, apelido essa que vem atravessando a consciência do povo negro deste país. Por isso, creio que o apelido quando não atrapalha ajuda o individuo se identificar em determinado ambiente. É claro que não servirá de canalização efetiva para se encontrar alguém em determinados lugares. E isso, por muitas e muitas vezes acontece na capoeira.
    Quantas vezes me ponho a pensar por que nomes – apelido na capoeira, e logo busco a resposta quando vou no período da escravidão. Isso aconteceu com os YORUBÁS que passaram a ser tratados como NAGÔS. Ou seja, uma corruptela do termo ANAGÔ que significa negro sujo, negro piolhento ficou drasticamente registrado numa das canções feitas para o maculelê quando diz: "O que babá, o que pembê, negro nagô fede mais que sariguê". Esse é o retrato do que estamos falando agora, o negro deixa de existir como pessoa para ganhar uma nova forma de tratamento pejorativamente mutável.
    A capoeira começa a ganhar esse novo formato de simbologia e adentra o universo que conspira a favor do que os colonos determinaram como desculturalização e perda de essência moral.
    Quando vejo nomes de capoeiristas como Bimba, Dois de Ouro, King Kong, Cobra Mansa, Zé Diabo, Diabo às Quedas, João Pequeno, João Grande, Maguila, Macaco, Nico, Bozó Preto, Curió, Boca Rica, Gildo Alfinete, Meio Quilo e tantos outros, eu fico me perguntando o que foi de errado ou certo que essas pessoas fizeram para ganhar esses apelidos? Do meu mestre posso falar porque seu apelido foi dado por um homem branco na Alemanha, que olhou para ele e disse: Você parece com King Kong. Ou seja, o rei dos macacos. E daí então marcou para sempre o seu nome na capoeira. E inconscientemente ele o adotou.
    E isso ganhou uma nova forma de valores entre as famílias, você ganha um nome e já ficam pensando como vão lhe chamar, não sei se para facilitar a comunicação ou se para demonstrar que você nasceu para ser transformado, uma forma de exploração mentalmente descaracterizada. O que chamo de lavagem perversa.
    Então, acreditando no que escolhi como MATERIA tudo que tem massa e ocupa um lugar no espaço, creio que me reporto como um membro deste espaço que foi negado por mais de 500 anos de escravidão e que me pertence como um todo. Na minha família também existe esse dom do apelido e sei que em toda família brasileira existe esse preceito. Por isso, não estou aqui para defender nenhuma opinião, mas, me reportar como negro dentro desta construção de identidade para não perder a minha AURA porque a reprodutibilidade também causa desgaste cultural. Então vamos observar a ancestralidade porque até mesmo em África os negros não mais aderem seus nomes africanos e são registrados e chamados por nomes europeus o que de fato é uma forma de apelido também. E aqui seguimos como o mesmo dilema de não ter nomes sobre nomes africanos, e somos apelidados por Antonio, Moraes, Pedro, João, Roberto, William, Rogério, etc. Para sempre amem. Essa foi a forma que os catequizadores tiveram para que pudéssemos aceitar seus apelidos e perder a nossa originalidade ancestral.
    Na capoeira seguimos esses preceitos também talvez por acharmo-nos que um apelido pudesse de tal forma identificar o sujeito como se ele fosse um objeto oculto. A capoeira regional do mestre Bimba também segue o mesmo caminho, que provavelmente, envereda como postura dos primórdios da capoeira, e isso é claramente observado nos nomes de Traíra, Noronha, Totonho de Maré, Caiçara, Besouro Mangangá, Manduca da Praia, Doze Homens, Siríaco, Madame Satã, Aberrê, Cobrinha Verde e tantos mais.
    Por isso não acredito que Bimba tenha influenciado os novos capoeiristas a se manifestarem através dos apelidos. E não é tão jovem também já que diversos capoeiristas supracitados aqui já tinham ganho seus apelidos. Então é preciso que se faça uma pesquisa mais apurada para identificar "tal ritual com tradição ligada a capoeira ".
    Entendendo, no meu ponto de vista, percebo que o racismo neste caso é uma força da insensibilidade como diz Carlos Moore. Manda quem tem poder e obedece que é submisso. E essa submissão por muitas vezes aceitável pelos negros escravizados por falta de oportunidade de se defender.
    Mais já que a capoeira é defesa e ataque, é ginga de corpo e malandragens podem criar uma nova forma de defesa sem usar a força do corpo, modificando a postura com uma nova forma de ataque. O dialogo.

    Mestre Tonho Matéria

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  23. PT.SAUDAÇÕES Nº2...

    É REALMENTE DIFÍCIL DISCUTIR,NO MUNDO CAPOERÍSTICO,ALGO QUE NÃO ESTEJA RELACIONADO Á DIMENSÃO PRÁTICA DA CAPOEIRA.O MESTRE MORAES CONSEGUE,POR MEIO DOS SEUS TEXTOS, EXPOR AS VÍCERAS DE UM UNIVERSO CADA VEZ MAIS CARENTE DE INFORMAÇÕES.TODOS AQUELES QUE POR VENTURA SINTAM-SE CAPAZES DE DISCUTIR A TEMÁTICA,SEM COM ISSO PERDER A "COMPOSTURA" E O RESPEITO,SINTAM-SE À VONTADE PARA FAZÊ-LO.ENTRETANTO,PARA AQUELES QUE AINDA ACREDITAM QUE DISCUTIR CAPOEIRA SIGNIFICA UM CONVITE A COLÓQUIOS RELACIONADOS À QUANTIDADE DE GOLPES PRESENTES NA CAPOEIRA,OU À QUANTAS "HORAS" SE FAZ UMA RODA DE CAPOEIRA,OU ATÉ SOBRE "EFICIÊNCIA" DE ATAQUES E DEFESAS,ADIVIRTO-LHES QUE SER CAPOERISTA SIGNIFICA,ANTES DE TUDO,SER CAPAZ DE TRANSITAR PELAS DIVERSAS VERTENTES ÀS QUAIS A CAPOEIRA ENCONTRA-SE RELACIONADA.CHAMARIA AQUI À ATENÇÃO PARA A VERTENTE ANCESTRAL,RESPONSÁVEL MAIOR PELA SOBREVIVENCIA DESSA ARTE,QUE NÃO DEVE SER VILIPENDIADA PELOS INCAUTOS QUE SE QUER ENTENDEM O SEU SIGNIFICADO.
    APROVEITO PARA LEMBRAR A TODOS,QUE O GCAP CONTINUA VIVO PRINCIPALMENTE POR ACREDITAR NA FORÇA ANCESTRAL QUE PAIRA SOBRE NÓS,E QUE, NÃO OBSTANTE AS TENTATIVAS DE NOS ANULAR,SEMPRE NOS "RENOVAMOS" PARA CONTINUAR DEFENDENDO A CAPOEIRA EM QUALQUER ESFERA QUE SE FAÇA NECESSÁRIO.
    AINDA EM TEMPO,LEMBRO A TODOS DE MEMÓRIA POUCO AGUDA,QUE, HISTORICAMENTE, OS VERDADEIROS MESTRES DE CAPOEIRA SEMPRE ACABARAM,EM ALGUM MOMENTO, SOZINHOS POR "OUSAREM" DEFENDER CAPOEIRA,PRINCIPALMENTE DAS TENTATIVAS DE COOPTAÇÃO ORIUNDAS DO PODER.MAS,ENQUANTO ALGUM CAPOERISTA ESTIVER DISPOSTO A COMPRAR ESSA BRIGA EM PROL DA CAPOEIRA,NEM O MESTRE MORAES, NEM OS NOSSOS ANCESTRAIS FICARÃO SOZINHOS NOVAMENTE.

    C.M. MÁRCIO SALES - GCAP/BA

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  25. Olá Mestre Moraes,

    Fico feliz em ver que as suas idéias agoram circulam pela internet através deste blog. Você é uma pessoa que venho aprendendo a admirar cada vez mais, tanto pela sua prática, como pela sua disposição em lutar pela preservação dos rituais da capoeira angola, e discutir o que deve ser discutido, eliminando as pedras no caminho, e firmando as raízes para as coisas que são boas e podem prosperar.

    Eu que na capoeira angola ainda sou menino procuro seguir firme querendo aprender de quem tem para ensinar.

    Continue escrevendo e esclarecendo a capoeira pra gente.

    Um abraço desde Goiás,
    Renato (mendesrocha@gmail.com)
    FICA-GO (ficagoiania@yahoo.com.br)

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  26. Olá Mestre, concordo com o texto acima e tenho gostado bastante do que o sr. escreve, obrigado e continue assim.

    Artur Xavier, Ilê de Angola, Niterói, RJ.

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  27. MESTRE,

    COM TODO O RESPEITO DO MUNDO, E DEIXANDO CLARO ANTES DE MAIS NADA QUE TENHO UMA ENORME ADMIRAÇÃO PELO SEU TRABALHO, QUE TENTO ACOMPANHAR SEMPRE ATRAVÉS DOS SEUS CDs, ME SINTO HOJE TENTADA A ME APRESENTAR E A EXPRESSAR MINHA, PARA MUITOS TALVÉS, MODESTA OPINIÃO.

    NAO QUERO FALAR DE TEORIAS...QUERO FALAR DE CORAÇÃO...USANDO UMA LINGUAGEM QUE APRENDI A ADMIRAR MUITO E NA QUAL VOCÊ É EXPERTO...QUERIA CANTAR...CANTAR ASSIM:

    Ê,
    ME BOTARAM UM APELIDO

    ME BOTARAM UM APELIDO, AI MEU DEUS
    LOGO QUE CHEGUEI AQUI
    DISSERAM "É TRADIÇÃO
    E NÓS TEMOS QUE SEGUIR"

    OLHEI BEM PRA AQUELE NOME
    MEIO PERDIDO NO CAMINHO
    EXTRANHO, SEM COMPOSTURA,
    FRAQUELO, ENCOLHIDINHO

    LHE DEI VIDA E UMA HISTÓRIA
    COM SUAS FLORES E ESPINHOS
    COM SANGUE, SUOR E LAGRIMAS
    FOI VENCENDO AOS POUQUINHOS

    HOJE ESCUTO ESSE NOME, AI, AI, AI
    E SE LEVANTA O GIGANTE
    QUE EU TRAGO DENTRO DO PEITO
    E ME FAZ SEGUIR ADIANTE, CAMARADINHO

    MONITORA BRANCA
    (brankapoeira@hotmail.com)
    ALUÁ CAPOEIRA

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  28. A ancestralidade não está nos nomes, nem nas coisas que te deixam prontas...está nos valores que você herda e no que você consegue construir com elas.

    Um Axé

    Monitora Branca
    (brankapoeira@hotmail.com)
    Aluá Capoeira

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  29. Oruko ni roni. Ile laa wo kato s`omo l`oruko

    Patricia Fernandez
    patifernandez2002@yahoo.com

    Gracias! muchas felicidades a todos por,con y en este interesante blog. Eku iforiti o

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  30. Admirado Mestre Antônio! (não sei seu nome tamanha a fama de seu sobrenome)
    Pelo pouco que li aí acima, (não li tudo), quando comecei a estudar a origem dos nomes, caí na Bíblia, cujos nomes(não sobrenomes, que parecem que ninguém tinha lá, salvo excessões, como: josé de Arimatéia ou o citado aqui Jesus Nazareno que indicam localidade)sempre significam algo importante. Ja na vida Totonho é corruptela (diminutivo) de Antônio, Zé de José, Guará de Guaracy e Pastinha e Moraes de......
    Na Capoeira Tinha o Antonio Ferreiro, o José Peixeiro, mas Marcos Capoeira ou Mestre Benício, porque eram Professores da mesma. Bimba, Canjiquinha, Leiteiro, etc, ja vieram com seus respectivos apelidos, que como conta a História da/na Capoeira era para dificultar a rápida identificação pela policia!
    Se Moraes e Pastinha não é o nome, é Apelido!
    A Monitora Branca matou a pau: Conheço 2 Claras muito negras e Clara Nunes... Quantas Rosas são rosa? Nasci Sérgio de Moraes filho de Apolônia de Moraes, mas meu "Pai" aos meus 6 anos, mudou para Renato Palmas...Mudou também o de minha mãe acrescentando Maria talvez porque não gostasse do Apolonia!
    Até hoje, estou com 56 ainda chamo meu irmão de Celso e ele me chama de Sergio! Queres me convencer que negros que ja vieram com mais de 20 anos "esqueceram" seus legitimos nomes?Minha mãe que sempre odiou o Leiteiro, não detestou o Maria! Os Grande da Angola enlouqueceram e sairam Batizando, dando Cordas, o Sr pegou jacaré nessa onda? O Sr esta se candidatando a ser o novo Mestre Osvaldo da Capoeira ao tentar modificar uma Pseudo(ou)Tradição da Capoeira!
    Pense bem!
    Axé
    Vou fazer o texto esta semana e lhe mando!
    è só Leit(êpa)digo Sergio, digo Renato

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  31. Quem nunca viu venha ver, licuri partir dendê!
    http://professorleiteiro.blogspot.com/2009/06/apelidos-pejorativos-na-capoeira-e.html
    SergioLeiteiro

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  32. Tem gente que faz de tdo p/ chamar atenção;

    Axé Biba!

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  33. (OBS.: trecho de extenso texto. Confira o artigo completo em... ENTRE LINHAS/ENTRELINHAS

    www.overmundo.com.br/perfis/nato-azevedo

    Quanto à ANCESTRALIDADE do nome, só a tem quem OS PAIS instruíram para compreender isso. Iracemas oriundas de romances famosos, Albertinhos e Gabrielas nascidos de novelas de TV ou as "Lêyddis Khêittys" que os pais modernos "adaptam" do inglês para dar aos filhos não têm ORIGEM, afora as Louises e Francinettes, os Jean, Charles e François "importados" de França. Da raiz latina (ou grega) vieram 80% dos nomes atuais, sejam êles de santos, reis ou plebeus e suas preocupações com as "plagas européias" fazem pouco sentido.
    ESCRAVA de todos nós, a CAPOEIRA segue mais LIVRE do que nunca... com ou sem BATIZADOS, iniciação tribal que existe no seio da Humanidade desde os tempos das cavernas.

    Embora o amigo tenha esquecido (?!) é na África que os nomes, por tradição, se fazem acompanhar de apelidos. Primeiro, relativos ao DIA DA SEMANA em que se nasceu... depois, referindo-se à ocupação dos pais, local de nascimento, qualidades de algum membro do clã, vegetação, animais, etc. Em quase toda a Ásia e em boa parte da Europa é o NOME DE FAMÍLIA (leia-se, o sobrenome) que tem valor.

    Como rito de iniciação, o Candomblé é um dos exemplos clássicos de "batismo", no caso de mulheres ("yaôs"), pois homens ligados a êle raramente vi. Em geral, apenas como "abatalás ou ogãs" (não sei se é a mesma coisa!), tocadores de atabaque nas cerimônias.

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  34. SERÁ O FIM DOS BATIZADOS ?!

    Mestre Moraes admite que (a Capoeira? a elite?) "absorveu elementos EXTERNOS, ligados à escravidão" como não utilizar calçado, usar calças na canela. Faltou pouco para declarar que foram os senhores de engenho que "INVENTARAM" a Capoeira.

    Embora praticada por escravos, êle praticamente lamenta que ela simbolize a ESCRAVIDÃO e vai além, declarando que sua confirmação "como mais uma manifestação de matriz africana passa por uma pesquisa mais apurada".

    A perda do próprio nome -- argumento maior do texto -- se torna relativa no Brasil. Angolas e nagôs, entre muitos outros povos africanos, eram separados, as famílias desfeitas vendidas para locais distantes. Não falando português (talvez até falassem, Luanda era possessão reinol), poucos se lhes importava serem chamados de Beneditos ou Franciscos.

    Definir o Batizado (na Capoeira ou fora dela) como "mais uma forma de racismo" é pura sandice de mestre Moraes, mesmo que a maioria dos apelidos fosse pejorativa, afirmação da qual discordo.
    Moraes incorre em dois êrros: a) aceita que as elites entraram na Capoeira e o Batizado seria consequência disso; e b) apelidar o aluno só se constituiria RACISMO se o praticante fosse mulato ou negro. Na época da criação do Batizado (e da Cap. Regional, junta êle na mesma frase!), nos anos 50/60 do século passado, eram poucos os negros na Capoeira, à excessão da Bahia e Maranhão, salvo engano meu. Frequentei a Capoeira da zona sul carioca -- onde Moraes atuava, aliás -- entre 1975 e 80, em diversos grupos e locais, sem ver nelas mais do que 2 ou 3 negros.

    Quanto aos negros alforriados, depois da Lei Áurea possibilitou-se a muitos deles retornarem para a África. Imagina-se que recuperariam lá os nomes de seus ancestrais africanos... ledo engano! Luanda tem bairros inteiros de Duartes, Santos, Gomes, Souzas e Silvas, todos orgulhosos de suas origens... brasileiras. "NATO" AZEVEDO

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  35. ENTRE LINHAS & ENTRELINHAS (trechos)

    Escravizados já na própria África -- por via de disputas tribais (ainda existentes 5 séculos depois) e devido a dívidas, furtos e outros crimes -- o africano adulto não teria como esquecer seu nome E ORIGEM.
    Batizados ainda nos portos da África? Com a imensa falta de missionários para a catequese, fica dificil se imaginar um jesuita a postos só para "renomear" o escravo, sem anotação ou registro algum... até porque a Igreja Católica considerava o Negro um ser SEM ALMA, por isso concordava com a escravidão. Nas fazendas, sim, graças aos barões cristãos isso faria sentido.
    E juntos, pelo infortúnio, na mesma senzala continuavam inimigos: se um nagô planejasse fuga, haveria sempre um benguela, um bantu, quimbundo, cambinda, congo, fulah ou angola para denunciá-lo ao capataz. Isso é História...
    (Consulte-se o diário dos cientistas SPIX & von MARTIUS, que cruzaram o Brasil por 10 ou 15 anos, para mais detalhes.)

    Andar descalço e com calças pelas canelas nunca foi "privilégio" de escravos: quase todos os pobres da Idade Média na Europa andavam assim, calçados eram caríssimos e longas roupas arrastando no chão eram luxo da realeza. A Angola baiana, cansada das perseguições de uma polícia venal, corrupta e injusta -- qualquer semelhança com os dias atuais é mera "coincidência" -- deu ares mais decentes (?!) (ou brancos ?) às suas rodas e festas, definindo a calça social e o SAPATO como partes integrantes de sua prática.
    Fotos antigas do "brinquedo" no cais dos portos baianos (ou em praias próximas) mostram angoleiros descalços e com sapato, rodas só com 2 berimbaus e sem atabaque, até porque a falada TRADIÇÃO nunca existiu na Capoeira, onde a qualidade maior de quase todos é o CINISMO e sua filosofia (se é que têm alguma ?!) é... "faça o que eu digo, mas não o que eu faço!" Isso perdurará pelos séculos afora.

    Doutor Moraes se preocupa com um pequeno aspecto (os apelidos) da Capoeira, quando parcela maior -- instrutores, professores, mestríssimos e grãos-mestres -- está a deturpá-la e "modernizá-la" sempre mais.
    Chulas racistas (dá no Negro / pega esse Negro...), rodas nas ruas que viram verdadeiras batalhas e os preceitos antigos (vulgo tradições) sendo desrespeitados a toda hora são coisa comum.
    Essa confederação-maravilha inventou toda sorte de aberrações, em seus primeiros dias (1992/3), inclusive festivais de "passo-a-dois" e campeonatos infantis. Admitia considerar como velhos Mestres (?!), dezenas de preguiçosos oportunistas que se dedicaram muito pouco à Capoeira... e sabiam menos ainda.
    "NATO" AZEVEDO

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  36. O "UNIFORME" dos escravos...

    Quase todos os velhos professores do Grupo Senzala nessa época (1975/80) se diziam alunos vindos de Bimba ou, pelo menos, da Regional Baiana. Os uniformes ("abadás") eram longos, cobriam a frente do pé e alguns tinham UMA ALÇA que passava pela sola. Eram de lycra, cintura alta quase cobrindo o umbigo. Hoje, vejo fotos de Batizados onde o aluno expõe "meio rabo" para a platéia e um trazia o nome do grupo estampado de um lado a outra da bunda.

    Os NOMES, como as caras e os títulos, hoje em dia ENGANAM ao mais sagaz dos filósofos e não vai ser mudando apelidos que iremos melhorar isso. Como bem diz o amigo... "a História está repleta de fatos", que o sr. cita sem esclarecer, além de frases que são verdadeiros enigmas.
    Os apelidos, nos antigos, protegiam SEUS NOMES REAIS e não serviam "para se esconderem da polícia" (?!), absurdo intencional da parte do Autor. A "explicação" sobre a investida policial contra homônimos carece de sinceridade e clareza, a não ser que Moraes admita que cada "capoeira" perseguido tinha um bandido COM IGUAL ALCUNHA.

    É obrigação de quem me lê (ou leu o artigo de me. Moraes) consultar o romance da capoeiragem chamado O CORTIÇO, de Aluísio de Azevedo. Famintos, sem casa nem trabalho, os ex-escravos uniam-se em cortiços, as "cabeças-de-porco" ou, dos Morros próximos, desciam à noite com paus e pedras, a assaltar quem encontrassem pelas vielas e caminhos.
    -- "Aqui, del Rey!" -- substituido ao sabor dos tempos por... "Acuda", "Valha-me, Deus" ou "Socorro" -- tornou-se o têrmo mais usado pela plebe ignara, abandonada à própria sorte por uma polícia preguiçosa e covarde.
    A sanha policial contra os "capoeiras" tinha intenção original: providenciar VOLUNTÁRIOS para as Guerras contra o Uruguai (1864/65) e o Paraguai (1865/69) ou, no Nordeste dos "cabras de LAMPIÃO", prover milícias, as "volantes", para combater os fanáticos do Antônio CONSELHEIRO (1895/97), mais dois apelidos a fazer História. Como filho de barão não podia ser soldado, "limpava-se as cadeias" (no país inteiro) da escumalha que enchia seus porões.
    "NATO" AZEVEDO (trechos)

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  37. O passado é a pedra fundamental do futuro.O passado é imutável, se quiser mudar algo comece por hoje.Ninguém é dono da verdade, ninguém.

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  38. Mestre Moraes pelo visto está sem memória, ou sofrendo de alguma doença degenerativa da memória, afinal está com 60 anos já.

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  39. SAURÊ!
    OMO OGUM KEJI ASIPA.
    MESTRE MORAES.

    Muitíssimo obrigado por sua presença em São Paulo"PAULÍNIA", foi de suma importancia poder ter vivido essa experiencia ao vosso lado, ainda assim ter avaliado a minha trajetória na capoeira fortalecendo em mim a busca constante de valores para resistir firmemente as investidas do ditos poderosos, ficando claro a certeza do meu posicionamento perante minha identidade ancestral e responsabilidade ativista para a expansão da compreensão dos nossos valores como afro-brasileiro.
    Deixo abaixo minha mensagem a BABÁ OGUM.

    Saurê Baba Ogum
    Patacorí Jaci Jaci
    Ogum alaneji
    Alembe Zambi Roxinquê
    Ogunhê Ajaiô
    Mungongo ao meu Ilê
    Abassá Dendê Maruô
    Mungongo Omo Ogum Keji Asipa
    Mungongo Alapeni
    Mungongo Goméia
    Mungongo Redandá
    Mungongo Omo Ogum
    ABASSÁ DENDÊ MARUÔ.

    Mestre Moraes
    Omo Ogum Keji Asipa.

    Zambi Aquateçaly
    TUCANO PRETO
    OMO OGUM YANGUÊ.
    12-97239583 ou 11-84854981

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  40. SAURÊ!
    OMO OGUM KEJI ASIPA.
    MESTRE MORAES.

    Muitíssimo obrigado por sua presença em São Paulo"PAULÍNIA", foi de suma importancia poder ter vivido essa experiencia ao vosso lado, ainda assim ter avaliado a minha trajetória na capoeira fortalecendo em mim a busca constante de valores para resistir firmemente as investidas do ditos poderosos, ficando claro a certeza do meu posicionamento perante minha identidade ancestral e responsabilidade ativista para a expansão da compreensão dos nossos valores como afro-brasileiro.
    Deixo abaixo minha mensagem a BABÁ OGUM.

    Saurê Baba Ogum
    Patacorí Jaci Jaci
    Ogum alaneji
    Alembe Zambi Roxinquê
    Ogunhê Ajaiô
    Mungongo ao meu Ilê
    Abassá Dendê Maruô
    Mungongo Omo Ogum Keji Asipa
    Mungongo Alapeni
    Mungongo Goméia
    Mungongo Redandá
    Mungongo Omo Ogum
    ABASSÁ DENDÊ MARUÔ.

    Mestre Moraes
    Omo Ogum Keji Asipa.

    Zambi Aquateçaly
    TUCANO PRETO
    OMO OGUM YANGUÊ.
    12-97239583 ou 11-84854981
    tucanopretocapoeira@gmail.com
    www.tucanopreto.com
    www.ideiacom.net/tucanopreto.com

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  41. mestre meu nome é cauê e presiso de um apelido de capoeira mande para meu email

    CAU.EU@HOTMAIL.COM obrigado

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  42. salve mestre morais!
    Eu sou do RS/Porto Alegre-Viamão sou adimirador do seu trabalho gosto muito de seus cantos,a orquestra de berimbau é um espetáculo gosto muito da história de Vicente Ferreira Pastinha quando começei a ler me encantou a luta deste mestre contra o precomceito sobre a capoeira ANGOLA,quero ter contato com o maior numero de sabedores da capoeira,me chamam de magaiver da VIOLINHA porque toda percurção aprendi escutando os cds mais dificeis de percurção sobre capoeira,meu ritimo na roda sempre foi leve e singelo,mais não me julgo o melhor,existem muitos com ecelentes melodias,ritmo,canto,"malandragem" é demorada mais muito boa de se aprender....!
    se quizer manter contato meu email:msa.CAPOEIRA.ANGOLA@gmail.com
    ou
    por carta: MARCELO SILVA DE ABREU
    RUA ALEXANDRIA n336 RS CIDADE:VIAMÃO
    seTIVER DICA DE ALGUÉM QUE POSSA FORNECER VERGA DE BIRIBA,eu só tenho berimbau feito com madeira aqui do sul e não é resistente.
    um ABRAÇO PARA TODOS DO GCAP.

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  43. meu nome é aldair , qual seria meu apelido de capoeira??

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  44. Olá Mestre,
    peço licença de descorda do senhor.
    Minha intenção é apenas seguir seu argumento, sem discutir seu mérito específico (os apelidos 'degradantes") para mostrar que ele pode ser muito problemático em outros pontos.

    "Observamos que, para o Rio de Janeiro,'o termo se aplicava a várias atividades exercidas sobretudo por escravos [...]'. (Halloway:52).

    Quem aplicava?

    Grato pela atenção.

    xico

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  45. salve mestre Moraes
    sou muito grato ao mestre pelos ensinamentos e no momento estou lendo o livro capoeira angola de Waldeloir Rego gostaria de ler um comentario do mestre Moraes a respeito de tal livro.me despeço desejando ao mestre muita saude e vida longa para continuar jogando nesta maravilhosa roda da vida.

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  46. Estou de volta à questão dos apelidos para informar que esta prática é uma das vertentes do que hoje é reconhecido como bullying.

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  47. concordo com o mestre sobre os apelidos,alguns são pejorativo ,que são uma falta de respeito com o capoeira.Entretanto,mestre morais é dificil falar com o nosso proprio mestre sobre o assunto ,já que ele acha que segui uma tradição e o capoeira tem que escolher seu nome de capoeira,quando ocapoeira não escolhe seu e o mestre que escolhe para ele e acontece oque vemos hoje .Vamos fazer uma campanhia para tornar público nossos pensamentos e ideias sobre o assunto.

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  48. Roberto, comece a campanha proibindo que se dirijam a você através do seu apelido, caso você tenha e não goste. O seu nome te liga à sua ancestralidade. Reaja!!!!

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  49. vendo esse post eu discordo dos argumentos relacionados aos apelidos. vários comentários trouxeram questões relativas ao uso de apelidos mais coerentes do que o texto em questão, que está mais para uma criação de novas práticas com o rótulo de tradição.

    como está num dos comentários, dar um apelido tosco realmente é sacanagem, pode ser considerado bullyng (para usar um termo tão em voga e que aqui aparece como justificativa), mas existem apelidos interessantes e isso parte do bom senso, como em tudo na vida. também acho pertinente os casos que não acontecem os apelidos. acho que deverias enfocar mais esse aspecto ao invés de criar discursos apenas restritivos.

    as questões ligadas a uma criação de novas tradições parecem estar bastante presentes nesse tipo de discurso, assim como exemplo esse lance de "amarelo e preto" ser usado como forma de legitimar práticas como se as mesmas indicassem uma ancestralidade mais verdadeira ou como se pastinha fosse o dono da verdade. eu o respeito e admiro muito, mas várias pessoas usam esse tipo de coisas como rotulo e grife, deslegitimanto vários mestres importantes. percebo que o dinheiro fala mais alto nesses casos.

    para encerrar, vejo que tudo na capoeira hoje e sempre passa pelas representações, e muitos mestres buscam criar uma tradição, que traz em seu bojo toda a subjetividade dos mesmos muito mais que ancestralidade, e isso ajuda mais a manter uma "reserva de merdado" de alunos do que contribui com a capoeiragem em suas expressões de libertação.

    grande abraço mestre,
    bruno barata ou filé de borboleta

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  50. ola mestre para mim é um enorme prazer deixar esta comentario para o senhor, muito obrigada por exitir no mundo da capoeira e cada vez mas fotalecer nosas horingem pois somos criolos decendentens dos nossos irmãos iscravos
    levando a nossa arte ate outras geracões pois eu so tenho 33 anos e tenhon muito q aprender com a capoeira e com os grandes mestres como o senhor ate, um abrço, a o que o senhor acha do meu apelido de capoiera ser ogum eu sou ailton situado na chapada diamantina grupo filho do sol nascente em boninsl BA

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