6 de mai. de 2010

Ainda sobre o orgulho étnico

Armando,
como eu, outros professores tentam mudar a situação caótica em que se encontra a educação, em especial a pública, mas não temos apoio do governo. Costumo mostrar, como exemplo, o fato de não vermos nenhum parente, próximo ou distante,dos nossos administradores da educação estudando em escolas públicas.Leva-me à interpretação de que eles não querem viver o que é dispensado aos outros. Não por acaso, o público dessas instituições é, em sua maioria, de afrodescendentes.
Acredito que só através de um comportamento rebelde, rebeldia no sentido de resistência ao cerceamento de direitos, por parte dos professores e alunos, poderemos chegar a mudanças. Diante do que observamos, deixa a impressão que os diretores de escolas públicas, sem generalizações, são escolhidos para a funçao de preservação do status quo, ou seja: não tentar mudanças.
Concluindo, a escola deve ser o espaço onde o orgulho étinico do afrodescente seja estimulado, diferentemente do que lhes é mostrado em outros espaços sociais irresponsáveis.

Mestre Moraes.

8 comentários:

  1. Valeu pelo retorno!
    Vamos continuar essa rebeldia sim.
    Farei tudo o possível por estimular esse orgulho nos que atravessem no meu caminho.

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  2. Mestre Moraes, diante este enorme desafio que o sitema educacional público tem apresentado para pessoas que buscam o reconhecimento legítimo da comunidade afrodescendente, como deve ser a postura de um professor, empenhado nessa causa, perante alunos que nunca tiveram a oportunidade de se sentirem integrantes de um sitema que lhes permite reivindicar melhores condições,e que só conhecem a "rebeldia sem causa"?

    Cleber-Curso de Pedagogia/UFBA

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  3. Diga lá Mestre Moraes. Senhor peço licença.

    Vejo claramente a dicotomia nos dois casos. Vejo a desordem organizada e a organização desordenada.

    Temos um barco que não é grande, porém pode navegar visível para alguns invisível. Para a maioria até o momento que seja visto como uma real possibilidade de mudança aí sim, a situação de aparente tranquilidade poderá tornar-se uma tormenta para os membros realmente comprometidos. Sim, pois é neste momento que os semblantes se transformam e surge um fator perigoso a cooptação que age sobre a aparente convicção.
    Sendo objetivo no que deverá ser o correto, toda ação provoca uma reação, então é neste momento que são necessárias pequenas correções de rumo, sempre na mesma direção, porém com o principio da palmeira que deixa o vento forte passar para manter a sua posição sem quebrar.
    Mestre, o pequeno barco está no mar, o remo é de ginga que no balanço movimenta o barco lentamente, porém quando olhamos novamente a posição do barco já mudou.
    Meu grande Mestre este remo é seu, vejo como condição fundamental para chegarmos em bom lugar. Sem a sincera e correta orientação é muito mais difícil. Alguém com história de vida e conhecimentos adquiridos nas práticas fundamentadas na ancestralidade :

    “ alguém que seja de dentro do fundamento.” ( Meu Viver – Kalunga )

    Desculpe a ousadia Mestre, mas explico fácil, é só escolher qualquer ladainha sua e até mesmo os corridos representam alimento para a alma de quem luta com sinceridade, sem falar nas aulas de História da vida real em cada composição, são sem dúvida cantigas para despertar.

    Vejam meus camaradas ou melhor adquiram os CDs e principalmente curtam...

    PARTES DE ALGUMAS CANTIGAS DO MESTRE:

    1 “ A história nos engana” ( Capoeira angola - Zumbi Rei de Palmares )
    2 “Pela luta do homem negro foi ele quem mais lutou” ( Zumbi Rei de Palmares )
    3 “ É só parte do que foi a maldita escravatura “ ( Meu Viver – Kalunga )
    4 “ Vento norte sopra forte pano quenta ventania” ( Redenção – Ligação Ancestral )
    5 “ a paciência de Jó e o que me orienta.” ( Persistência – Ligação Ancestral )

    Vixe é pra ouvir, treinar e jogar e dá pra fazer teses e debates mil, parabéns Mestre.


    Feliz dia das mães a Sra. Cláudia.

    Saúde e Paz Mestre Moraes ao senhor e aos seus.

    Walter Júnior
    Grupo Capoeira Atitude -- Fortaleza-CE

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  4. Diga lá Mestre Moraes. Senhor peço licença.

    Vejo claramente a dicotomia nos dois casos. Vejo a desordem organizada e a organização desordenada.

    Temos um barco que não é grande, porém, pode navegar visível para alguns ou invisível para a maioria, até o momento que seja visto como uma real possibilidade de mudança, aí sim, a situação de aparente tranquilidade poderá tornar-se uma tormenta para os membros realmente comprometidos. Sim, pois é neste momento que os semblantes se transformam e surge um fator perigoso: a cooptação que age sobre as aparentes convicções, transformando malungos em capitães do mato.
    Sendo objetivo no que deverá ser o correto, toda ação provoca uma reação, então é neste momento que são necessárias pequenas correções de rumo, sempre na mesma direção, porém com o principio da palmeira que deixa o vento forte passar para manter a sua posição sem quebrar.
    Mestre, o pequeno barco está no mar, o remo é de ginga que no balanço movimenta o barco lentamente, porém quando olhamos novamente a posição do barco já mudou.
    Meu grande Mestre este remo é seu, vejo como condição fundamental para chegarmos em bom lugar. Sem a sincera e correta orientação é muito mais difícil. Alguém com história de vida e conhecimentos adquiridos nas práticas fundamentadas da ancestralidade :

    “ alguém que seja de dentro do fundamento.” ( Meu Viver – Kalunga )

    Desculpe a ousadia Mestre, mas explico fácil, é só escolher qualquer ladainha sua e até mesmo os corridos representam alimento para a alma de quem luta com sinceridade, sem falar nas aulas de História da vida real em cada composição, são sem dúvida cantigas para despertar.

    Vejam meus camaradas ou melhor adquiram os CDs e principalmente curtam...

    PARTES DE ALGUMAS CANTIGAS DO MESTRE:

    1 “ A história nos engana” ( Capoeira angola - Zumbi Rei de Palmares )
    2 “Pela luta do homem negro foi ele quem mais lutou” ( Zumbi Rei de Palmares )
    3 “ É só parte do que foi a maldita escravatura “ ( Meu Viver – Kalunga )
    4 “ Vento norte sopra forte pano quenta ventania” ( Redenção – Ligação Ancestral )
    5 “ a paciência de Jó e o que me orienta.” ( Persistência – Ligação Ancestral )
    6 “ Tanto mar, tanta , tanta maré, pra que na lagoa tanto jacaré “ ( Meu Viver )

    Vixe é pra ouvir, treinar e jogar e dá pra fazer teses e debates mil, parabéns Mestre.


    Feliz dia das mães a Sra. Cláudia.

    Saúde e Paz Mestre Moraes ao senhor e aos seus.

    Walter Júnior
    Grupo Capoeira Atitude -- Fortaleza-CE

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  5. Prezado Mestre, que bom que "voltou" com suas atividades neste blog.
    Acredito assim como muitos no poder transformador que a Capoeira Angola como prática educativa ou associada à educação formal seja um elemento que contribui para a formação/transformação da/do cidadã/dão. No entanto discutir este tema dentro do contexto da educação pública (que é a que mais me interessa) seria necessário discutirmos outros fatores que se sobrepõem ou se opõem à práxis da capoeira angola. Por entender a imensidão do tema sugiro por meio de uma pergunta que o senhor falasse de forma mais específica: Qual a análise que o senhor faz desta educação para o orgulho étnico nos grupos de capoeira angola atuais? O senhor acha que as novas "promessas", ou seja, os possíveis heideiros de alguns Mestres da atualidade tem tido esta preocupação? E por fim o senhor acha que esse processo de intensificação da internacionalização da capoeira angola tem impactado (negativa ou positivamente) esse processo de resgate do orgulho étnico?

    Obs: Quando fala de possíveis herdeiros não tenho aqui a intenção de pessoalizar ou personificar a discussão. É uma curiosidade que tenho ao perceber a expansão que certor grupos de capoeira angola vem obtendo e a responsabilidade que é ou seria para esses "angolas" em dar continuidade e ao mesmo tempo manter a tradição passada pelo seus respectivos mestres.

    Abs.
    Axé!!

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  6. Ainda sobre o orgulho étnico dentro do ambiente escolar. Quero hoje, 13 de maio, falar das comemorações na minha escola. Quando me lembro das atividades desenvolvidas em decorrência do "Dia da Abolição da Escravatura", tenho a clara impressão que éramos induzidos a ver a princesa Isabel como uma mulher santificada que nos ofereceu algo que nunca seria conquistado, corroborando com a reafirmação de uma superioridade do escravizador.
    Até que ponto a princesa Isabel tinha real envolvimento com algum sentimento de abolição?
    Sempre que escuto Mestre Moraes falar sobre esse tema, tenho a impressão que mais detalhes podem ser revelados por ele para ampliar nosso pensamento sobre a "libertação do escravizado" e o dia 13 de maio.

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  7. A História nos engana...

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  8. grande mestre moraes aquele abraco e sempre o senhor vai ser o pai da capoeira angola mestre axe espero esta no brasil em breve visitando o senhor grande abraco se cuida com pazamor saude e felicidade e que deus e os orixas sempre ilumine o senhor na vida que o senhor merece mestre axe

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