5 de mai. de 2010

Capoeira angola e orgulho étnico.

Caro Vinicio,

vertentes da capoeira angola como História, Filosofia, Religiosidade, Ancestralidade e Musicalidade, dentre outras, levam-nos à reflexão sobre o legado africano que muito contribuiu com a formação da sociedade brasileira.O mestre de capoeira angola que tenha, além da condição técnica, a condição de contextualizar tal conhecimento com as várias vertentes citadas irá, com certeza, estimular nos seus alunos o interesse em saber mais do que jogar pernas para o ar.Claro que eu não exigiria tais conhecimentos de mestres mais antigos, mas não perdoo os mais novos.
Ser mestre de capoeira, hoje, significa a obrigação de estar antenado com fatos que podem contribuir com o entendimento dos seus alunos para o conceito do ser cidadão numa sociedade onde o preconceito continua afetando o afrodescendente incapaz de detectá-lo nas subjacências. Ao comentar sobre a história da escravidão estarei, naturalmente,falando de toda repressão pela qual passaram os capoeiristas, os praticantes das religiões de matriz africanas, os sambistas, etc.
Nesses bate-papos devemos desconstruir idéias eurocêntricas, preconceituosas, no que concerne à estética ou a inteligência do afrodescendente. Ledo engano acreditarmos que a Lei 10639 só deve ser aplicada nas salas de aulas, além de sabermos que poucas escolas estão aplicando a Lei.
A prática da capoeira angola não deve, de forma alguma, estar desconectada dessa interdisciplinaridade.

MESTRE MORAES

2 comentários:

  1. Obrigado Mestre Moraes,

    Espero continuar interagindo com o senhor sobre os conhecimentos da cultura negra e afrobrasileira!


    Vinício

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  2. O que pode ser feito a nível geral para que o plano de lições dos professores (nas escolas públicas e particulares) inclua conteúdo significativo sobre as contribuições dos nossos afrodescendentes?

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