31 de mar. de 2011

Capoeira e religião (candomblé) 1ª parte.

Em várias oportunidades tenho me deparado com questionamentos que demonstram a curiosidade do(a) capoeirista em querer entender a capoeira em sua plenitude, mesmo sabendo da impossibilidade de atingir esse objetivo.No que concerne à questão sobre a capoeira e o candomblé importa que, antes de tudo, tenhamos a condição de entender a diferença entre religião e religiosidade. Já sabemos que o desconhecimento desses conceitos tem levado alguns capoeiristas a adotarem posturas fundamentalistas que chegam ao ridículo, já que fundamentalismo não se identifica com cultura brasileira. Escolher uma religião qualquer torna-se positivo socialmente quando esta escolha não serve de instrumento de estimulo para a segregação. Ao fazermos uma escolha religiosa, precisamos estar cientes do que é e do que não é possível fazermos em nome dela, além de adorarmos o DEUS que nos é apresentado como regente dessa religião. Caso não atentemos para esses limites, poderemos estar infligindo normas sociais, previstas em documentos legais, que não se confundem com as ideias preconceituosas de alguns líderes religiosos. A religião é, simplesmente, a representação simbólica da religiosidade. A religião é concreta; a religiosidade é abstrata. Daí a liberdade para mudarmos de religião a qualquer momento, bastando para isso o sentimento de que a religião que escolhemos não se coaduna com a nossa religiosidade. (Segue na próxima postagem)

27 de mar. de 2011

Resistentes

Tenho fortes motivos para orgulhar-me dos coordenadores dos núcleos do Grupo de Capoeira Angola Pelourinho. Quero citar aqui, especificamente, os núcleos de São Paulo (São Luiz de Paraitinga) e do Japão (Tóquio). Aquele coordenado pelo contramestre David, e esse sob a administração do Mestre Kenji.Todos lembramos dos problemas vividos pela comunidade de S. Luiz de Paraitinga quando, há um ano, foi vítima de uma enchente que destruiu grande parte desta cidade que, pela beleza do seu sítio histórico, foi reconhecida como patrimônio da humanidade. Diante da situação, deixei o contramestre David à vontade para tomar as decisões que fossem necessárias para o equilibrio entre a manutenção das atividades do GCAP e a retomada da rotina na cidade. Para minha surpresa, os membros do GCAP, sob a coordenação de seu contramestre, até utilizaram a experiência da capoeira para auxiliar no resgate de idosos e crianças. O Japão passa, ainda hoje, por uma situação bastante preocupante, mas o Mestre Kenji tem procurado se dividir entre os problemas vividos pelos japoneses e a procura de um outro espaço para alocar o GCAP que, em função do terremoto, não pode continuar no mesmo espaço em que já treinava há algum tempo. David e Kenji, enquanto membros do GCAP, sabem o quanto busco entender os momentos em que a capoeira pode ser colocada em um plano secundário, apesar do quanto a valorizo. Sigam em frente. Mostrem que não basta ser representante de um grupo famoso. O desafio é estar longe mas pensando em conjunto. Contem sempre comigo! Moraes.

5 de mar. de 2011