7 de dez. de 2010

EVENTO GCAP 2011 - INSCRIÇÕES ABERTAS

GCAP – IÊ DÁ VOLTA AO MUNDO, A CAPOEIRA ANGOLA NA ATUALIDADE

09 a 13 de fevereiro de 2011


OFICINAS MINISTRADAS POR MESTRE MORAES

Quarta-feira (09/02)

17:00 h - Credenciamento
19:00 h – abertura do evento

Comemoração do aniversário do Mestre Moraes

Quinta-feira

9:00 h às 11:00h – Oficina de capoeira

14:30 às 16:30h – Palestra: Na prisão um jardim: reconstruindo a história do Forte de Santo Antônio. (M. Moraes e Cláudia)

17:00h – 19:00h Roda orientada: aspectos ritualísticos

19:300h – 21:30 Roda de capoeira ( restrita aos inscritos na oficina e aos mestres convidados)

Sexta-feira 11/02 - Neste dia as atividades da tarde e noite serão na Praça das Artes - Pelourinho

9:00h às 11:00h – Oficina de capoeira

14:30 às 16:30 – Palestra: “Em busca do N’golo: relatos das viagens a Angola - 2006 e 2010” (Mestre Cobra Mansa)

17:00 – 18:00 - Oficina de rítmo

18:00 – 19:30 – Relato de experiência dos núcleos do GCAP – Japão e São Paulo (Contramestres Kayo e David)

20:00h – 22:00 - Roda de capoeira ( restrita aos inscritos na oficina e aos mestres convidados)


Sábado 12/02
9:00 às 11:00 - Oficina de capoeira

14:30 às 16:30h – Palestra: Inquices, voduns e tatas: a morte nas canções do Mestre Moraes (Contramestre Márcio)

17:00 a 18:00 – Confecção de berimbau

18:30 às 19:30 – Interpretações de ladainhas

19:30 às 21:30 - Roda de capoeira ( restrita aos inscritos e aos mestres convidados)

Domingo
9:00h às 11:00h – Roda de encerramento aberta
12:00 – Feijoada para os inscritos e convidados.

Para fazer sua inscrição envie mensagem para o e-mail gcap30anos@yahoo.com.br

  1. Valor até 30 de Janeiro R$ 150,00
  2. A partir de Fevereiro R$ 170,00

8 de out. de 2010

Sem bola de cristal

Pessoalmente não me surpreendo com as justificativas oferecidas pelo IPHAN diante da insatisfação dos capoeiristas, diante da forma como foi estruturado o evento PRO CAPOEIRA.
Não interpreto tal preocupação como indicativo de respeito à capoeira ou aos capoeiristas, mas como resultado da mobilização política de um seguimento social que vem fazendo história há séculos. Caso tivéssemos ficado calados e aceitado a situação da forma como, normalmente, nos tem sido empurradas goela abaixo, com certeza não nos teria sido dada nenhuma explicação, como não tivemos à respeito da escolha dos que discutiram a indicação da capoeira como patrimônio imaterial.
Precisamos continuar mobilizados, abertos ao diálogo franco, mas não permitindo, de forma alguma, que as simbologias identitárias da capoeira sejam alteradas para facilitar a concretização de um projeto histórico de intervenção nessa manifestação cultural. As nossas diferenças são reais, as quais devem ser colocadas em segundo plano quando nos sentirmos diante de um adversário comum às nossas propostas.Reportando-me ao título dessa publicação, não seria necessária nenhuma bola de cristal para sabermos que o resultado de tal iniciativa do governo não resultaria em nada diferente das outras. Eu já tinha me pronunciado anteriormente neste blog.(ver:Acordem malungos!!!)
Confesso-me satisfeito com a postura dos capoeiristas. É essa a cara da capoeira. Parceria sim, intervenção, não!!!!!

Mestre Moraes.

7 de out. de 2010

Mais um espaço virtual da Capoeira Angola

Nossa comunidade no orkut : GCAP - Mestre Moraes
Paticipem!

http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=107003191

28 de set. de 2010

Por quê Estatuto?

Penso que o governo deveria, antes de fazer lançamento de editais, orientar os mestres ou seus representantes quanto aos trâmites a serem seguidos para participar do processo. A propósito,uma das exigências constantes nos editais para captação de recursos é que a entidade esteja registrada em cartório e possuidora do seu respectivo CNPJ, além da burocracia das prestações de conta caso venha a receber alguma quantia.
Em resumo, se já é difícil para quem está regularizado, imaginem para quem não está.

Mestre Moraes.

27 de set. de 2010

Caros malungos, acordemos!!!!!

Atribulado com atividades que têm me impedido de escrever para os mais de 60.000 visitantes deste blog não poderia deixar, neste momento de suma importância para todos nós cidadãos brasileiros, de cunhar a minha opinião quanto ao processo político que ora vivemos.
Acredito que nós, capoeiristas, precisamos estar atentos para os jogos que acontecem fora da roda de capoeira que é para não cairmos para quem nunca ouviu nem o som de um berimbau. Tenho observado que, de repente, os poderes públicos começaram a se preocupar com a capoeira e os capoeiristas, mas nada que realmente me convença. As coisas têm acontecido de forma que os indesejáveis não participem para que não atrapalhem com questionamentos que com certeza estimularia reações nada agradáveis.Numa reunião, ouvi da boca de um aluno de Mestre João Pequeno que neste governo as coisas melhoraram bastante para a capoeira e os capoeiristas e deu como exemplo os vários editais que têm sido lançados para captação de recursos, mas esqueceu que são poucos os capoeiristas em condições de redigir um projeto que atenda à complexidade das exigências contantes nestes editais. Observem quem são os beneficiados!!! Coincidentemente, o Mestre João Pequeno é um desses mestres de capoeira que ainda não teve a oportunidade de ser beneficiado por um desses editais, apesar do que representa para a capoeira e ter um aluno que observa as facilidades nessas "melhoras". Inclusive, nem o Estatuto da sua academia foi redigido até hoje, segundo informações que me chegam. E A APOSENTADORIA DOS VELHOS MESTRES, CADÊ GENTE?!!!!! Só história pra boi dormir.
Fui convidado informalmente para participar do PRO-CAPOEIRA mas não pude atender o convite por estar viajando na mesma data do evento e ofereci-me para viajar para um dos próximos encontros mas fui informado, agora formalmente, de que a cota de passagens já se tinha sido esgotada.Quando falo de capoeira, o meu partido é aquele que realmente respeita a história dos nossos ancestrais(Mestres Bimba, Pastinha, Valdemar, Cobrinha Verde e tantos outros) que viveram essa mesma demagogia que estamos vivendo hoje. A repressão à capoeira só mudou de forma: antes era através da polícia, hoje se utilizam da nossa esperança de querermos ver a capoeira no patamar que ela realmente merece. Precisamos mostrar que não existem mais nem Guaimuns e nem Nagôas, mas capoeiristas que não aceitam mais que outros mestres venham ter o final que tiveram os mestres supracitados. Por exemplo, envidemos uma luta para que o Mestre João Pequeno não seja o próximo. Vamos pensar e indicar um capoeirista que nos represente nesses encontros, mas que não esteja interessado só em viajar, mas preocupado com o futuro da capoeira e dos capoeiristas. Em alguma oportunidade já disse que, na Bahia, a capoeira vive, hoje, o seu pior momento. Na roda de capoeira, quem joga o tempo todo com o mesmo parceiro não adquire experiência para outros jogos.

MESTRE MORAES.


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17 de set. de 2010

EVENTO DO GCAP 2011


I
Ê, DÁ VOLTA AO MUNDO: A CAPOEIRA ANGOLA NA ATUALIDADE


De 9 A 13 de fevereiro de 2011

Local: GCAP - Forte de Santo Antônio Além do Carmo - Salvador - Ba.

Em breve divulgaremos a programação.

2 de jul. de 2010

Estou de volta.

Informo aos amigos,capoeiristas ou não,que já estou de volta ao nosso bate-papo. Estive em Nova York com o mestre João Grande, o qual está muito bem: jogando capoeira, ensinando e tomando decisões que, apesar de todo o meu tempo de capoeira, ainda me surpreendem pela sapiência.
Lá, dei dois dias de aulas na escola do Mestre João Grande onde sempre tive o carinho e respeito dos alunos do mestre.Orgulho-me em ser um seguimento dessa árvore genealógica de cujo tronco fazem parte os mestres Benedito, Pastinha, João Pequeno, João Grande(meu mestre)e outros que deram continuidade à luta do mestre Pastinha.
Vamos retomar as nossas conversas.

Abraços,

Moraes.

6 de jun. de 2010

VAMOS LÁ BOTAR FOGO NO CANAVIAL!!!!

Atento para os caminhos que a capoeira está tomando, impulsionada por uma globalização cultural despreocupada com o respeito aos limites, além da falta de apoio por parte do governo estadual,os mestres do Forte Santo Antonio vem convidar a todos os praticantes de capoeira para uma reunião,no dia 12 de junho, às16:00,quando discutiremos qual a postura que, nós capoeiristas, deveremos tomar diante de situações que já conotam perda de identidade de uma manifestação que se confunde com a história do Brasil.
Apesar de estarmos em época de eleições, não pretendemos fazer apologia a nenhum partido político em específico, mas não abriremos mão da nossa posição social enquanto cidadãos e aproveitaremos o momento para refletirmos sobre direitos que,mesmo constitucionais, não têm sido respeitados como deveriam.Paradoxalmente,é na Bahia que a capoeira tem sido mais desrespeitada pelos poderes públicos apesar do reconhecimento do Sr. Governador Jaques Vagner, quando do seu discurso de posse,em 02/01/2007 de que"[...].Assim como os negros dançavam capoeira para enganar os feitores,parece que o povo baiano dançou capoeira perante os institutos de pesquisa".(D.O de 02/01/20070).
Dando suporte histórico à metáfora utilizada pelo Governador,o jornalista Albenísio Fonseca, em excelente artigo em A Tarde(17/11/2007), afirma que "[...a capoeira revela,nas gingas do seu microcosmo, formas de resistência aos opressores...]" e contribuo afirmando que outros elementos subjacentes ainda permanecem vivos.
Observemos que temos, agora, um inimigo em comum e que as nossas diferenças têm sido utilizadas pelo poder para justificar a indiferença para com os nossos problemas. Lembremos-nos do final que tiveram os mestres Bimba, Pastinha,Valdemar e outros que muito lutaram, física e politicamente, para que tivessemos o prazer de termos esta arte ainda viva.
Nessa mesma reunião será apresentada a minuta dos Estatutos da Associação dos Mestres de Capoeira Residentes e Amigos do Forte de Santo Antonio Além do Carmo-AMECAFORTE-, da qual sou presidente eleito.

ONDE: FORTE SANTO ANTONIO ALÉM DO CARMO
QUANDO: 12 de junho de 2010.
HORÁRIO: 16:00.

27 de mai. de 2010

De axé e outras coisas.

Eu sempre questionei a forma desrespeitosa como algumas pessoas resolvem ser alguma coisa que justifique a aquisição de uma identidade. O melhor exemplo é o comportamento de alguns ao afirmarem que praticam e/ou ensinam capoeira angola simplesmente pelo fato de terem feito uma oficina de final de semana com o mestre A ou B, independente do que ele, o mestre , signifique para o mundo da capoeira.
Deixei de preocupar-me ao analizar o que seria deles se, um dia, decidissem ser índio simplesmente por achar que assim conseguiriam um espaço em uma das várias reservas no Amazonas: travestido com um cocar, uma tanga e todos os estereótipos necessários para ser confundido com um índio. Com certeza estaria faltando alguma coisa cuja aquisição, o lugar onde consegui-la, só será de conhecimento de um índio de verdade.Na realidade, ele só conseguiria enganar aos seus iguais,ou seja: outros travestidos.
Contas no pescoço,contra-eguns comprados na feira ou qualquer outro elemento simbólico sem que tenha sido previamente revitalizado é só simbolo.Conforme Juana Elbein,em seu clássico "Os Nagôs e a Morte", "o axé trata-se de um poder que se recebe, se compartilha e se distribui através da prática ritual, da experiência mística e iniciática,durante a qual certos elementos simbólicos servem de veículo. è durante a iniciação que o axé do "terreiro" e dos orixás é plantado e transmitido às noviças".
Não basta dizer: AXÉ, tem que ter FÉ.

17 de mai. de 2010

BY ANY MEANS NECESSARY.

Armando,não só aos os meus alunos, mas a todos os praticantes de capoeira falta mais um pouco de responsabilidade com os princípios que fizeram desta arte um instrumento de luta do proletariado em um momento em que as dificuldades eram maiores mas, mesmo assim,estratégias foram utilizadas como luta de resistência para que nós ainda pudessemos ter a capoeira até hoje.Aproveitando o ensejo,responderia ao Omowale que a preocupação de muitos em não concordar com a necessidade da homologação de um mestre na titulação de um outro mestre ou contramestre faz parte de um movimento articulado dentro de um grupo que se auto intitulou, já está "reconhecido" por uma comunidade que já está à espera de um reconhecimento em breve.É um acordo de cavalheiros com o objetivo de tornar a capoeira uma manifestação acéfala e sem princípios.Quando se defendem com o argumento de que antigamente era a comunidade capoeirista quem reconhecia os mestres de capoeira, esquecem de que aquela comunidade tinha por características não andar com berimbau pelas ruas,não transitar fantasiados de capoeirista, nem resolviam os seus traumas nas rodas de capoeira, muito menos via internet.
A ninguém deve ser proibido tornar-se um mestre de capoeira desde que tenha a condição mínima para fazer pela capoeira o que fizeram os mestres mais antigos que muitos estão tentando depreciar.
Alex,a sua pergunta já está praticamente respondida acima.A capoeira já está sofrendo os efeitos da perversidade de uma globalização que tem, conforme o Prof. Milton Santos, como uma das suas regras o esgarçamento das particularidades tecidas ao longo de séculos.Ainda segundo ele,"Neste mundo globalizado[...]a confusão dos espíritos impede o nosso entendimento do mundo, do país, do lugar,da sociedade e de cada um de nós mesmos". Observe, Alex que os capoeiristas já estão vivendo essa situação.
Quanto à questão sobre os mestres Bimba e Atenilo, se foram angoleiros,sei que o mestre Bimba tem uma história na capoeira angola. Quanto ao mestre Atenilo, tenho informações que foi aluno do mestre Bimba desde 1929 quando ainda tinha 11 anos.
Sol,a tradição enquanto uma das referências da ancestralidade, deixa de ter valor diante de um projeto gigante e perigoso de negação dos princípios, alguns subjacentes, que contribuiram para a sobrevivência da capoeira.
Quanto à minha história no Rio de Janeiro, ela se confunde com a minha história quando retornei, em 1983, para Salvador.Já ouvi algumas pessoas dizerem que a capoeira angola tem dois momentos distintos: antes e depois do Mestre Moraes. Eu não generalizaria, mas muitos dos que estão por aí, travestidos de ideólogos, começaram a ter história na capoeira angola, no máximo, a partir de 1983.Muitos se tornaram angoleiros sem nuncater treinado tal estilo. Conheço todos eles, e é por isso que querem me calar.
Capoeira é a minha vida. Ela está para mim, como a água está para o peixe. Defenderei os seus princípios como o líder negro Malcomm X definia a sua luta pela povo negro americano, com o lema: BY ANY MEANS NECESSARY!

MESTRE MORAES.

6 de mai. de 2010

Ainda sobre o orgulho étnico

Armando,
como eu, outros professores tentam mudar a situação caótica em que se encontra a educação, em especial a pública, mas não temos apoio do governo. Costumo mostrar, como exemplo, o fato de não vermos nenhum parente, próximo ou distante,dos nossos administradores da educação estudando em escolas públicas.Leva-me à interpretação de que eles não querem viver o que é dispensado aos outros. Não por acaso, o público dessas instituições é, em sua maioria, de afrodescendentes.
Acredito que só através de um comportamento rebelde, rebeldia no sentido de resistência ao cerceamento de direitos, por parte dos professores e alunos, poderemos chegar a mudanças. Diante do que observamos, deixa a impressão que os diretores de escolas públicas, sem generalizações, são escolhidos para a funçao de preservação do status quo, ou seja: não tentar mudanças.
Concluindo, a escola deve ser o espaço onde o orgulho étinico do afrodescente seja estimulado, diferentemente do que lhes é mostrado em outros espaços sociais irresponsáveis.

Mestre Moraes.

5 de mai. de 2010

Capoeira angola e orgulho étnico.

Caro Vinicio,

vertentes da capoeira angola como História, Filosofia, Religiosidade, Ancestralidade e Musicalidade, dentre outras, levam-nos à reflexão sobre o legado africano que muito contribuiu com a formação da sociedade brasileira.O mestre de capoeira angola que tenha, além da condição técnica, a condição de contextualizar tal conhecimento com as várias vertentes citadas irá, com certeza, estimular nos seus alunos o interesse em saber mais do que jogar pernas para o ar.Claro que eu não exigiria tais conhecimentos de mestres mais antigos, mas não perdoo os mais novos.
Ser mestre de capoeira, hoje, significa a obrigação de estar antenado com fatos que podem contribuir com o entendimento dos seus alunos para o conceito do ser cidadão numa sociedade onde o preconceito continua afetando o afrodescendente incapaz de detectá-lo nas subjacências. Ao comentar sobre a história da escravidão estarei, naturalmente,falando de toda repressão pela qual passaram os capoeiristas, os praticantes das religiões de matriz africanas, os sambistas, etc.
Nesses bate-papos devemos desconstruir idéias eurocêntricas, preconceituosas, no que concerne à estética ou a inteligência do afrodescendente. Ledo engano acreditarmos que a Lei 10639 só deve ser aplicada nas salas de aulas, além de sabermos que poucas escolas estão aplicando a Lei.
A prática da capoeira angola não deve, de forma alguma, estar desconectada dessa interdisciplinaridade.

MESTRE MORAES

4 de mai. de 2010

Estarei de volta em breve.

Caros companheiros,

sei da ansiedade de alguns para saberem as novidades da capoeira. Quando eu dou uma parada é porque as atribulações não me dão um tempo para atender às suas ansiedades, mas posso adiantar que estou em busca desse tempo.
Pediria aos meus seguidores que escolhessem um tema dos seus interesses, concernente à capoeira, para que nós discutamos aqui nesse blog.

Vejo-os em breve,

Mestre Moraes.

5 de abr. de 2010

Mestre Pastinha, o "filósofo da capoeira"

Mestre Pastinha, caso estivesse vivo, hoje estaria completando 111 anos.Vários outros capoeiristas,seus contemporâneos,foram quase que apagados da história graças à singularidade como o Mestre Pastinha verbalizou a capoeira.Através dos seus manuscritos,nos deixou interpretados os elementos subjacentes da capoeira angola de maneira que esta arte, materializada pelos seus praticantes, não se permitisse ser limitada a uma atividade física sem nenhum sentido holístico.Mestre Pastinha quis para a capoeira muito mais do que a simples institucionalização do seu reconhecimento. Ele preconizou uma capoeira cujos praticantes a tivessem como "fé de ofício", além de não permitirem o seu fracasso,pois ("...se fracassar a capoeira! é o fracasso dos capoeiristas,mas(ela) não morreu, porque não morrerá, ela vive em todos os seres, quer humanos, quer espiritual").
Ele atrelou o progresso da capoeira ao progresso do capoeirista. Para o Mestre, a complexidade da capoeira angola dificulta-lhe uma definição:"Ela é tudo que a boca come"."ela é cheia de malícia,é artimanha,tem possibilidade para tudo que pensar de bom na vida". Na belíssima interpretação das palavras do mestre Pastinha,feita pelo Dr. Decânio,"os múltiplos aspectos da capoeira(angola) se manifestam consoante o contexto, como a água que toma a forma do vaso".
O Mestre Pastinha disse que "...a capoeira é espiritualizada no eu de cada qual".É,justamente, essa individualidade que dá ao capoeirista a condição de jogar na roda, quando jogamos com; e na vida, quando precisarmos jogar contra.Em suas palavras,"A capoeira produz efeitos muito mais amplos do que se pode imaginar...e o melhor capoeirista não é aquele que só sabe cantar, tocar e jogar...para ser bom, é preciso ser completo no fundamento".Na intenção de presentear-nos com a sua visão sócio politica da capoeira, o mestre afirmou que o capoeirista aprende para defender os seus direitos, e não para "praticar valentia contra a integridade pessoal" do outro.
Finalizando,nos encontramos diante de um grande desafio:dar continuidade às ideias do Mestre Pastinha mesmo diante da necessária dinâmica cultural por que passa a capoeira angola, além da sua mundialização desenfreada.

Mestre Moraes.

Para saber mais, ver "Manuscritos e desenhos de Mestre Patinha com o Estatuto do Centro Esportivo de Capoeira Angola".
Filho,Angelo A. Decanio. Edição preliminar e personalizada. 1996.

4 de abr. de 2010

Resposta a Koji ori e outros interessados.

Realmente, vejo-me na obrigação de contribuir com qualquer movimento social cujo objetivo seja corrigir preconceito em qualquer nível. A resistência, por parte de alguns capoeiristas, quase me leva a desistir da contribuição, mas como não costumo sair da roda quando apertam o jogo, continuo na peleja.

Com relação à letra da música que dá inicio ao seu comentário, o que me chamou atenção, durante muito tempo, foi a contradição entre a letra original e o que nos têm mostrado os vários trabalhos iconográficos sobre da capoeira, os quais não nos contemplam com imagens de capoeiristas maltrapilhos; ao contrário, o que vemos são capoeiristas trajando paletó, camisa de mangas compridas e sapato, a famosa “domingueira” .Quando interessava ao produtor da imagem mostrar uma falsa imagem da capoeira para justificar “tradição”, os capoeiristas eram travestidos de personagens do século XIX , em pleno meados do século XX.

Faz sentido, sim, a relação feita por você entre o trabalho musical do GCAP e a bateria do Mestre Traíra. Desde a primeira vez, quando ouvi o disco do mestre Traíra, não abri mão de tomá-lo como referência. Preocupo-me em não copiá-lo, mas seleciono e absorvo tudo que possa fazer a diferença entre o trabalho do GCAP e os outros.

A expressão “kumbi virô ie ie, é citada no trabalho do historiador Robert Slenes “Malungo, Ngoma vem!”África encoberta e descoberta no Brasil (1995). O autor nos orienta de como os escravizados se utilizavam de códigos linguísticos, desconhecidos pelos senhores para enganá-los. Resumindo, a expressão “kumbi virô ie ie”, dentre outras, era utilizada para falar da presença indesejável, por exemplo, do capitão do mato, Vale ressaltar que a expressão em causa é composta de vocábulos das línguas portuguesa e africana(bantu).

Importa, ainda hoje, que os capoeiristas se reencontrem com códigos que protejam a capoeira do envolvimento daqueles que vêem esta arte apenas como mais uma forma de amusement.

Moraes.

Mais um livro sobre capoeira!!!

Em breve, praticantes de capoeira e admiradores terão mais um instrumento facilitador do entendimento desta arte tão magnífica. Ainda sem data prevista para o lançamento, teremos uma grande festa com, no mínimo, uma roda de capoeira. Todos serão convidados.

Mestre Moraes.

28 de mar. de 2010

Resposta a um anônimo

Caro anônimo,
entendo a sua posição de esconder-se, diante de tanta bobagem que foi dita a meu respeito. Eu nem teria muito a justificar por não ter conseguido decifrar muito das suas queixas. Caso você tenha tentado esconder-se não conseguiu. A minha experiência leva-me a vê-lo como algum "estrangeiro" tentando comunicar-se em Português.
Quanto ao fato de eu ter dado o título de Mestre a um japonês, em lugar de ter dado ao meu filho, saiba Sr. Anônimo que, no GCAP, não lidamos com nepotismo mas com competência, o que não se resume a saber jogar capoeira.
Caso estejas incomodado, tente dar o título de mestre ao meu filho. Não acredito que ele aceitaria.
Quanto ao blog, realmente, dei uma parada devido às várias atividades das quais me ocupo, mas estarei de volta em breve com assuntos bem importantes.
Mestre Moraes

Anônimo disse...

oi mestre moraes o senhor esqueceu seu blog agora depois do seu evento que o senhor sempre falou no workshop que vai para de canta musicas que fala mau de negro e o senhorr e seu grupo fez todo mundo de escravo na sua escola de capoeira entao eu questiono isso com voces oque e que o senhor fala disso que o grupo gcap queria faser as pessoas de escravo com uma corrente de aluno do grupo gcap disendo que niguem pode ir no banheiro e nem beber aqua sera que fissese isso com seus alunos serria bom que sao tudo sua copia hoje que nem alunos seus nao e igual de antigamentte que hoje a maioria sao mestre e contra mestre que estao rrodando o mundo que e superr legal mais o senhor precisava tterr mais respeito com seus antigos alunos que falam so bem de voce . e as coisas como e que o senhor da titulo de mesttre para um japones e nao pelo seu filho que o contra mestre pepeu que e aluno antigo que muita gentte sabe do mundo o senhor errou e errou muitto depois de velho mestre adimiro muito o senhor mais agora o senhor perdeu muito o astral com a capoeira angola porque so quem fez hoje pela capoeira depois de mestre pastinha foi o mestre moraes mais ele errou nisso na vida da capoeira angola desculpa esta falando isso mais e a verdade com capoeirista grande abraco axe


Se você já ouviu o novo cd deixe o seu comentário.

18 de fev. de 2010

Roda do próximo sábado, dia 20/02.

Informamos que, para a roda do dia 20 de fevereiro, o uniforme será branco.

Abraços,

Moraes.

17 de fev. de 2010

Cd pra quem não mora na Bahia

Para os que estão fora da Bahia, ou do Brasil, basta que enviem um E-mail de solicitação para o seguinte endereço:gcap30anos@yahoo.com.br que mandaremos toda informação necessária. A compra de caixa fechada, com 25 Cds fica mais barata que por unidade.

Moraes.

14 de fev. de 2010

Sobre o nosso retorno.

Desde o dia sete de fevereiro, o Grupo de Capoeira Angola Pelourinho entrou em recesso depois de quatro dias de festa. Até o dia 17 estaremos descansando para, no dia 18, já pela manhã, retomarmos as nossas atividades regulares.
Tenho muitos planos para as nossas aulas, cujo objetivo é melhorar a absorção dos segredos da capoeira angola.

Nossos horários:
Todas as manhãs, das 9:30 às 11:00
Terças e Quintas, das 19:00 às 21:00
Sábados das 16:30 às 18:00
Rodas(abertas a todos capoeiristas) aos sábados das 19:00 às 21:00, mas só participa quem chega antes do início da roda.

Mestre Moraes.

10 de fev. de 2010

Obrigado a todos!!!!!

Quero, de coração, agradecer a participação de todos que contribuiram para o sucesso do nosso evento. Valeu toda troca de experiência e toda energia permutada. Parece que houve uma seleção natural das pessoas que resolveram se inscrever e participar do nosso evento. Foi muito legal!!!!. Claro que as falhas foram necessárias para que o evento tivesse as carcterísticas de um evento organizado por pessoas normais, mas prometemos que as falhas do próximo evento serão diferentes. Não vale repetir as mesmas.
O GCAP sempre teve as suas portas abertas para qualquer um que goste de capoeira e respeite a nossa proposta de trabalho com a capoeira angola, e esse espaço se amplia para vocês que abrilhantaram o nosso evento com as suas presenças.
Voltem quando quiserem, independente de evento, a casa é de vocês.

Abraços,

Moraes

31 de jan. de 2010

Programação atualizada GCAP 30 anos

De 4 a 7 de fevereiro de 2010


Quinta-feira
17:00 h - Credenciamento
19:00 h - Homenagem ao Mestre João Pequeno.
Mesa redonda" A capoeira na atualidade" - participação de Mestres de Capoeira renomados da Bahia
Lançamento do novo CD do Mestre Moraes Título: “ Meu viver”

Sexta-feira
9:00 h às 11:00h
Oficina de capoeira
14:30 às 16:30h
Besouro Mangangá: mito e realidade. De Santo Amaro para o mundo. Palestrante: Prof. Dr. Antonio Liberac C. Simões Pires- UFRB
17:00h – 18:00h
Roda orientada: aspectos ritualísticos ( Mestre Moraes)
19:00h – 21:30
Roda de capoeira ( restrita aos inscritos na oficina e aos mestres convidados )

Sábado
9:00 às 11:00
Oficina de capoeira
14:00 às 15:30h
Papoeira com Mestre Moraes, Mestre Jair Moura e Mestre convidado ( aluno de Mestre Pastinha) – tema livre
16:00 às 17:00
Oficina de capoeira ( ritmo)
17:30 às 19:00
A Saga do Mestre Bimba. Palestrante: Mestre Itapoan.
19:30 às 21:30
Roda de capoeira ( restrita aos inscritos e aos mestres convidados)

Domingo
9:00h às 11:00h
Roda de encerramento aberta
12:00
Feijoada para os inscritos e convidados.

Exposição fotográfica durante o evento.

Inscrições e informações através do e-mail gcap30anos@yahoo.com.br

26 de jan. de 2010

Gravando.....

O CD “Meu viver” do Mestre Moraes, será lançado no próximo dia 04 de fevereiro, às 19:00 horas, na abertura do evento comemorativo dos 30 anos do Grupo de Capoeira Angola Pelourinho e do aniversário de 60 anos do Mestre Moraes. O CD Meu viver enfatiza a trajetória capoeirística do Mestre Moraes, além de sinalizar para um novo projeto do GCAP que visa reconstruir letras de ladainhas e corridos de capoeira com conotações racistas ou preconceituosas a respeito do negro capoeirista.






20 de jan. de 2010

O inferno são os outros.

Tenho acompanhado, através dos vários meios de comunicação, o sofrimento do povo haitiano após o terremoto que devastou quase 100% da cidade de Porto Príncipe, e as interpretações de cunho religioso que têm sido apresentadas para justificar a catástrofe. As declarações do diplomata Gerge Samuel Antoine, Cônsul do Haiti não me surpreenderam porque muito antes de ter acontecido um terremoto naquele país, Caetano Veloso já tinha bastante referências para afirmar que "o Haiti é aqui". Acredito que a intolerância religiosa seja, dentre outras, uma dessas referências. Na pessoa desse Cônsul, a representação do "pânico mal dissimulado" é o manuseio de um terço(católico) para "aliviar a tensão"gerada pelo que está acontecendo no país do qual é representante. Temos muito desse tipo de "pânico" aqui na Bahia.
Dando continuidade a mais uma representação dos "silêncios sorridentes", um líder evangélico, nos Estados Unidos, justificou o terremoto como "um castigo divino" pelo fato de os haitianos "terem se valido", em1804, da ajuda do demônio para conseguirem se livrar da colonização francesa.
Tentando dar um basta nesses desarranjos mentais, sugiro a esses e aos que fazem côro a essas baboseiras que analisem o problema do Haiti da seguinte forma: quem nunca ouviu o ditado de que Deus escreve direito com linhas tortas? Caso tal afirmativa seja verdadeira, por que só Êle? Observemos que, após a catástrofe, os olhos do mundo inteiro estão voltados para aquele país, o que não estava acontecendo antes. Seria mais politicamente correto acreditarem que os deuses dos haitianos, tão criticados pelos seguidores de outros deuses, tiveram um Mestre e estão fazendo o dever de casa. E, assim, conseguindo chamar a atenção da comunidade internacional, inclusive dos ex-colonizadores, para a desgraça que eles levaram para aquele país. Neste caso, o terremoto e as várias vítimas, inclusive estrangeiras, não simbolizariam as linhas tortas dos deuses haitianos?

Mestre Moraes.


5 de jan. de 2010

Programação GCAP 30 anos - novidades

Infomamos abaixo algumas novidades em nossa programação:

1- O novo cd do Mestre Moraes, intitulado "Meu viver", será lançado no dia 04 de fevereiro, na abertura do evento.
2 - Incluímos mais um tema em nossas discussões :
"Besouro Mangangá: mito e realidade. De Santo Amaro para o mundo". O palestrante será Antônio Liberac Cardoso Simões Pires, doutor em História pela Unicamp e professor da Universidade Federal do Reconcâvo.

Comissão do evento GCAP 30 anos
gcap30anos@yahoo.com.br


4 a 7 de fevereiro de 2010

OFICINAS MINISTRADAS POR MESTRE MORAES

Quinta-feira
17:00 h - Credenciamento
19:00 h - Mesa redonda com Mestres de capoeira renomados da Bahia
Mediador: Mestre Moraes

Lançamento do novo CD do Mestre Moraes
Título: MEU VIVER

Sexta-feira
9:00 h às 11:00h – Oficina de capoeira
14:30 às 16:30h – Besouro Mangangá: mito e realidade. De Santo Amaro para o mundo. Palestrante: Prof. dr. Antônio Liberac Cardoso Simões Pires - UFRB
17:00h – 18:00h Roda orientada: aspectos ritualísticos
19:00h – 21:30 Roda de capoeira ( restrita aos inscritos na oficina e aos mestres convidados )

Sábado
9:00 às 11:00 - Oficina de capoeira
14:30 às 16:30h – Papoeira com Mestre Moraes, Mestre Jair Moura e Mestre convidado ( aluno de Mestre Pastinha) – tema livre
17:00 às 18:00 - Oficina de capoeira ( ritmo)
19:00 – Roda de capoeira ( restrita aos inscritos e aos mestres convidados)

Domingo
9:00h às 11:00h – Roda de encerramento aberta
12:00 – Feijoada para os inscritos e convidados.


- Exposição fotográfica

Inscrições através do e-mail gcap30anos@yahoo.com.br
Valor da inscriçãoR$ 120,00 ( inclusas todas as atividades)
O valor da inscrição no dia 04 ( abertura do evento) será de R$150,00

4 de jan. de 2010

Força, David!!!

Já entrei em contato com David e soube que o problema está, por enquanto, sob controle. Há aproximadamente um mês estive em S. Luiz de Paraitinga e tive o desprazer de ver resquícios de uma enchente que tinha acontecido há alguns dias. Na oportunidade, aconselhei David a comprar um barco inflável para o caso de uma próxima emergência.
Foi chocante,para mim, a imagem da queda da torre da igreja da matriz. Local muito próximo à casa de David, além do significado histórico. Conheço David e sei o quanto ele sabe se utilizar dos elementos subjacentes da capoeira nos problemas extra-roda.
Nenhuma vítima fatal. Vão-se os anéis, ficam os dedos.

Ogum esteja ao seu lado,

Mestre Moraes.

3 de jan. de 2010

Releia, Glauber!!!

Ô Glauber,

1- O macaco a quem a música se refere é o negro escravizado na labuta do dia-a-dia, no Engenho, pilando o milho. Cheguei a colocar em negrito os termos: "como gente, macaco"

2-Quanto à segunda música, eu não propus mudança alguma. Se alguém fez isso foi você com o " Santo Antonio completô a marquinha(?) de Nòe (sic)".

Obrigado pela participação,

Moraes.

1 de jan. de 2010

Novo ano, nova vida.

FELIZ 2010 PARA OS SEGUIDORES E NÃO SEGUIDORES DESTE BLOG. QUE A CAPOEIRA NÃO SEJA SOMENTE MAIS UMA FORMA PARA MODELAR O CORPO, MAS QUE SEJA, TAMBÉM, UM CAMINHO PARA ESTRUTURAR A NOSSA MENTE.

Mestre Moraes.