8 de out. de 2010

Sem bola de cristal

Pessoalmente não me surpreendo com as justificativas oferecidas pelo IPHAN diante da insatisfação dos capoeiristas, diante da forma como foi estruturado o evento PRO CAPOEIRA.
Não interpreto tal preocupação como indicativo de respeito à capoeira ou aos capoeiristas, mas como resultado da mobilização política de um seguimento social que vem fazendo história há séculos. Caso tivéssemos ficado calados e aceitado a situação da forma como, normalmente, nos tem sido empurradas goela abaixo, com certeza não nos teria sido dada nenhuma explicação, como não tivemos à respeito da escolha dos que discutiram a indicação da capoeira como patrimônio imaterial.
Precisamos continuar mobilizados, abertos ao diálogo franco, mas não permitindo, de forma alguma, que as simbologias identitárias da capoeira sejam alteradas para facilitar a concretização de um projeto histórico de intervenção nessa manifestação cultural. As nossas diferenças são reais, as quais devem ser colocadas em segundo plano quando nos sentirmos diante de um adversário comum às nossas propostas.Reportando-me ao título dessa publicação, não seria necessária nenhuma bola de cristal para sabermos que o resultado de tal iniciativa do governo não resultaria em nada diferente das outras. Eu já tinha me pronunciado anteriormente neste blog.(ver:Acordem malungos!!!)
Confesso-me satisfeito com a postura dos capoeiristas. É essa a cara da capoeira. Parceria sim, intervenção, não!!!!!

Mestre Moraes.

10 comentários:

  1. Fala Mestre Morais,
    Parabens pelos comentários sobre o Pró-Capoeira. Essa coisa de política de salvaguarda é muito séria.
    Axé!
    Bel (Feira de Santana)
    Malungo centro de Capoeira Angola
    malungoangoleiro.blogspot.com
    belpires1@ig.com.br

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  2. Ola, como esta?

    Eu mandei um e-mail a (angoliberdade@gmail.com) e meu rebotou o mail que le mandei. E esse seu email o tem outro?

    Meu email e atmos1818@yahoo.com.ar
    Obrigado!

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  3. Ola mestre

    Queria pergumtar para o senhor, como e a incorporaçao na roda da capoeira angola?

    Obrigado.

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  4. Projeto Panáfricas redescobre o continente negro

    O Projeto Panáfricas está na África registrando sons e imagens do continente de onde saíram para o mundo milhões de seres humanos, com sua rica cultura, arte, ciência e forma de vida. O material colhido na viagem à Nigéria, Gana e África do Sul - primeira etapa do projeto – integrará uma série de televisão sobre o panafricanismo e a diáspora africana.

    Essa descoberta das origens dos afrodescendentes e sua luta pela cidadania está sendo conduzida pelo historiador cubano, Carlos Moore (www.drcarlosmoore.com), grande conhecedor da trajetória de ícones da luta negra pelo mundo, com os quais conviveu em diferentes países, como Fela Kuti, Cheikh Anta Diop, Aimé Cesaire, Malcolm X, entre outros. O ativista Carlos Moore está retornando à África após mais de duas décadas, para fazer o lançamento da versão africana do livro: “Fela: this bitch of the life”, biografia de Fela Kuti, lançada originalmente em 1982 e que em breve terá sua versão em português. Trata-se da primeira biografia escrita sobre um músico negro no mundo.

    A equipe do Panáfricas é formada pelo publicitário Paulo Rogério Nunes, produtor execuivo do Projeto, e pelos jornalistas André Santana, Lucas Santana e Mateus Damasceno, que também é cineasta e está sendo responsável pelas imagens. Paulo Rogério e André Santana são diretores da série de TV Panáfricas e integram o Instituto Mídia Étnica (www.midiaetnica.org), organização social que há cinco anos vem realizando projetos sobre mídia, tecnologia e relações étnicas, utilizando, inclusive, o audiovisual. Alguns vídeos produzidos pelo Instituto Mídia Étnica podem ser conferidos no Portal: www.correionago.com.br

    Mateus Damasceno e Lucas Santana fazem parte da produtora baiana Caranguejeira, que tem experiência na produção de cinema e vídeo, com produtos premiados como o documentário: Bolívia, para além de Evo, fruto da experiência dos profissionais no país latino-americano. Mateus é o diretor de fotografia da serie Panáfricas e Lucas, o técnico de áudio e som direto.

    A entrada na África aconteceu pela Nigéria, país de 140 milhões de habitantes. A pauta principal no país foi o legado político e musical de Fela Kuti, criador do Afrobeat e principal referência para os nigerianos. A equipe visitou as cidades de Abuja, capital da Nigéria, Abeokuta, onde Fela Kuti nasceu e Lagos, a segunda maior cidade da África e o maior contigente negro do mundo. Foi em Lagos onde Fela criou uma comunidade chamada Kalakuta, que propunha a liberdade e solidariedade entre seus habitantes. Em Lagos também está o Africa Shrine, casa de show que se eternizou na história da música pelas apresentações de Fela e hoje é conduzida por seus filhos, a produtora Yeni e o músico Femi Kuti.

    O Panáfricas entrevistou amigos, músicos e familiares de Fela, cinco dos seus filhos e duas das suas ex-esposas. Além de registrar o cotidiano de Lagos, com sua tumultuada rotina de megalópoles e sua flagrante desigualdade social. Neste momento a equipe está em Accra, capital de Gana, primeira nação africana a ser tornar independente do colonialismo europeu, em 1957. A pauta principal em Gana será a importância de Kwuame Nkrumah, herói da independência e primeiro presidente do país livre, e W.E.B. Du Bois, intelectual e ativista afro-americano, que escolheu viver em Gana. Ambos são considerados os pais do panafricanismo, pela contribuição ideológica e prática na luta pela soberania africana e união entre as nações africanas e os países da diáspora.

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  5. Bruna - continuação22 de outubro de 2010 às 12:55

    Em Gana, além da capital, a equipe visitará as cidades de Kumasi, Cape Coast, no interior do país. A última parada dessa primeira etapa do Projeto Panáfricas será na África do Sul, país que ficou marcado pelo regime segregacionista de apartheid, cujas leis estabeleciam as diferentes oportunidades e direitos para entre brancos e negros, até o início da década 1990. No país que sediou a última Copa do Mundo, serão enfocados as contribuições de ativistas como Steve Biko e Nelson Mandela, através de entrevistas e registros nas cidades de Joanesburgo, Cidade do Cabo e Pretoria.

    A viagem começou no dia 08 de outubro e o retorno ao Brasil será no dia 20 de novembro, dia nacional da consciência negra. O projeto pretende filmar também em outros países africanos e da diáspora negra como Etiópia, Martinica, Jamaica e Índia.

    Mais informações: www.panafricas.blogspot.com


    Texto: André Luis Santana, jornalista e diretor de comunicação do Instituto Mídia Étnica
    Tags: carlos, moore, panafricanismo, panáfrica, áfrica.

    Fonte: http://correionago.ning.com/profiles/blog/show?id=4512587:BlogPost:38878&xgs=1&xg_source=msg_share_post

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  6. Parte 1:

    Projeto Panáfricas redescobre o continente negro


    O Projeto Panáfricas está na África registrando sons e imagens do continente de onde saíram para o mundo milhões de seres humanos, com sua rica cultura, arte, ciência e forma de vida. O material colhido na viagem à Nigéria, Gana e África do Sul - primeira etapa do projeto – integrará uma série de televisão sobre o panafricanismo e a diáspora africana.

    Essa descoberta das origens dos afrodescendentes e sua luta pela cidadania está sendo conduzida pelo historiador cubano, Carlos Moore (www.drcarlosmoore.com), grande conhecedor da trajetória de ícones da luta negra pelo mundo, com os quais conviveu em diferentes países, como Fela Kuti, Cheikh Anta Diop, Aimé Cesaire, Malcolm X, entre outros. O ativista Carlos Moore está retornando à África após mais de duas décadas, para fazer o lançamento da versão africana do livro: “Fela: this bitch of the life”, biografia de Fela Kuti, lançada originalmente em 1982 e que em breve terá sua versão em português. Trata-se da primeira biografia escrita sobre um músico negro no mundo.

    A equipe do Panáfricas é formada pelo publicitário Paulo Rogério Nunes, produtor execuivo do Projeto, e pelos jornalistas André Santana, Lucas Santana e Mateus Damasceno, que também é cineasta e está sendo responsável pelas imagens. Paulo Rogério e André Santana são diretores da série de TV Panáfricas e integram o Instituto Mídia Étnica (www.midiaetnica.org), organização social que há cinco anos vem realizando projetos sobre mídia, tecnologia e relações étnicas, utilizando, inclusive, o audiovisual. Alguns vídeos produzidos pelo Instituto Mídia Étnica podem ser conferidos no Portal: www.correionago.com.br

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  7. Mestre,

    O senhor poderia falar um pouco sobre esta nova enquete lançada no seu blog?

    Abraço!

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  8. Boa noite Mestre Moraes
    há tempos não consigo organizar o meu tempo para vir postar por aqui.

    Na semana passada, em continuação às minhas pesquisas, estive com mestre Pinatti, que me alertou sobre uma possibilidade de os antigos mestres receberem o seu reconhecimento (do oficio de mestre) e suas aposentadorias.

    Porém, disse que só receberiam os que estivessem filiados à Federação Internacional de Capoeira Angola. Ficaremos de fora! indaguei pra eu mesmo, pensando baixo...

    Nesta semana que passou, presenciei do seu aluno/meu mestre - Cobra Mansa - a desaprovação e inconformismo público quanto ao Pró-Capoeira, chegando a questionar todo o trabalho e caminho por vocês percorrido... a troco de que?!

    Está situação retradada por mestre Pinatti confere com as do Pró-Capoeira?

    Se sim ou se não, quando e como poderemos criar uma frente forte para combater tais iniciativas que visam somente o poder e dinheiro que a política tras nestes últimos meses?

    Acredito sim que não somos Guaiamuns e nem Nagôas, porêm, como eles (e como dito por você), deveríamos sim estar juntos contra um "oponente" em comum à nossa classe.

    Abraço e até mais.

    Omowale - FICA-SP

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  9. é mestre...
    falta a nós capoeiras, nos tornarmos políticos! A capoeira atingiu proporções mundiais e me parece que alguns estao mais preocupados em divulgar seus grupos em outros países do que em se inteirar do que está acontecendo aqui!
    Falta-nos informação!
    vejo também, nos meios onde transito (academia e capoeiragem) que as notícias de cunho mais político não são tão divulgadas a maioria dos capoeiras... Elas se limitam a circular entre aqueles que participam da vida academica.
    Como o sr. tem feito aqui no blog tenho me preocupado em informar meus contatos sobre eventos que envolvem discussões políticas e academicas a cerca da capoeira... Creio que todos os que tem mais acesso a informação possam fazer isso, possibilitando aos outros maior atualização, consequentemente (eu espero) maior participação e mobilização perante os problemas que temos enfrentado.
    meu abraço!
    Juliana (Vila Velha - ES)

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  10. Olá Mestre,
    Estou escrevendo aqui pois não consegui entrar em contato com o sr. por e-mail, meu nome é Diogo Marinho e estive pela primeira vez em sua roda no ano passado, após aquele evento coordenado pelo M. Camisa Roxa. Ao final da roda lhe perguntei à respeito da sua exclusão ( e de outros Mestres renomados) no processo que levou ao registro da capoeira pelo IPHAN. Acompanho constantemente suas postagens aqui no blog sobre esse assunto em específico, por isso gostaria de convidá-lo e os demais integrantes do GCAP , para participar da nossa pesquisa, intitulada "representaçãoes sociais sobre a capoeira no Brasil". O trabalho visa identificar e comparar as peculiaridades da capoeira em quatro capitais: Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro e Salvador. Justificamos nossa pesquisa pela necessidade de compreensão dos símbolos e linguagens que representam a capoeira, principalmente após o registro como patrimônio cultural. Peço a gentileza que enviem um e-mail para diogomarinho_ef@yahoo.com.br que enviaremos o formulário de pesquisa com maiores informações. O sr. como um renomado Mestre e formador de opinião na capoeira traria grandes contribuições para nossa pesquisa.
    Grato pela compreensão,
    Diogo Marinho - Mestrando em Patrimônio Cultural e Sociedade - UNIVILLE-SC (pesquisador)

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