Atribulado com atividades que têm me impedido de escrever para os mais de 60.000 visitantes deste blog não poderia deixar, neste momento de suma importância para todos nós cidadãos brasileiros, de cunhar a minha opinião quanto ao processo político que ora vivemos.
Acredito que nós, capoeiristas, precisamos estar atentos para os jogos que acontecem fora da roda de capoeira que é para não cairmos para quem nunca ouviu nem o som de um berimbau. Tenho observado que, de repente, os poderes públicos começaram a se preocupar com a capoeira e os capoeiristas, mas nada que realmente me convença. As coisas têm acontecido de forma que os indesejáveis não participem para que não atrapalhem com questionamentos que com certeza estimularia reações nada agradáveis.Numa reunião, ouvi da boca de um aluno de Mestre João Pequeno que neste governo as coisas melhoraram bastante para a capoeira e os capoeiristas e deu como exemplo os vários editais que têm sido lançados para captação de recursos, mas esqueceu que são poucos os capoeiristas em condições de redigir um projeto que atenda à complexidade das exigências contantes nestes editais. Observem quem são os beneficiados!!! Coincidentemente, o Mestre João Pequeno é um desses mestres de capoeira que ainda não teve a oportunidade de ser beneficiado por um desses editais, apesar do que representa para a capoeira e ter um aluno que observa as facilidades nessas "melhoras". Inclusive, nem o Estatuto da sua academia foi redigido até hoje, segundo informações que me chegam. E A APOSENTADORIA DOS VELHOS MESTRES, CADÊ GENTE?!!!!! Só história pra boi dormir.
Fui convidado informalmente para participar do PRO-CAPOEIRA mas não pude atender o convite por estar viajando na mesma data do evento e ofereci-me para viajar para um dos próximos encontros mas fui informado, agora formalmente, de que a cota de passagens já se tinha sido esgotada.Quando falo de capoeira, o meu partido é aquele que realmente respeita a história dos nossos ancestrais(Mestres Bimba, Pastinha, Valdemar, Cobrinha Verde e tantos outros) que viveram essa mesma demagogia que estamos vivendo hoje. A repressão à capoeira só mudou de forma: antes era através da polícia, hoje se utilizam da nossa esperança de querermos ver a capoeira no patamar que ela realmente merece. Precisamos mostrar que não existem mais nem Guaimuns e nem Nagôas, mas capoeiristas que não aceitam mais que outros mestres venham ter o final que tiveram os mestres supracitados. Por exemplo, envidemos uma luta para que o Mestre João Pequeno não seja o próximo. Vamos pensar e indicar um capoeirista que nos represente nesses encontros, mas que não esteja interessado só em viajar, mas preocupado com o futuro da capoeira e dos capoeiristas. Em alguma oportunidade já disse que, na Bahia, a capoeira vive, hoje, o seu pior momento. Na roda de capoeira, quem joga o tempo todo com o mesmo parceiro não adquire experiência para outros jogos.
MESTRE MORAES.
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Mestre Moraes
ResponderExcluirAlguns de nós, que descendem de M. Pastinha, sabe a responsabilidade que temos de impedir que a política mais uma vez nos dê outra rasteira, como por exemplo, feito há tempos atrás com nosso maior expoente, quando esse foi enganado sobre uma suposta reforma em seu espaço (CECA) sofrendo o consequente despejo.
Responsabilidade. Despretenciosamente estou convicto que ao despertarmos para a responsabilidade que temos sobre a situação da Capoeira Angola de nossa época, estaremos nos religando, nos conectando com a luta pela valorização cultural que ela e os mestres merecem.
Sempre acompanhando
Anderson Lopes
Mestre Moraes,talvez esse tal aluno não represente o pensamento que norteia o grupo do M.João Pequeno.Mas também, não entendir qual relação existe entre o Estatuto interno deles com a opinião acerca da política.Mas,acredito que o senhor deva ser eleito pelos capoeiristas para nos representarmos,pois nínquem ,queiram ou não queiram, atualmente possui mais capacidade que o senhor para jogar com esses oportunistas.
ResponderExcluirUm importante momento de manifestação política se aproxima e a capoeira e/ou elementos evidentes dela, fazem parte da maioria das propagandas de candidatos a todos os cargos desse pleito. Os manipuladores já conhecem o poder de influência cultural que a capoeira tem no Brasil e no mundo, falta à capoeira condição de exigir sua valoração, para evitar o desaparecimento das características que ainda a tornam uma arma revolucionária. ACORDEMOS MALUNGOS, diga não ao governo da repressão, elitização e carnavalização da capoeira. Queremos muito mais que ração e convites para festas, queremos autonomia para desenvolver políticas públicas que realmente interessem aos objetivos dos que pensam e fazem da capoeira uma ferramenta de libertação daqueles que os seguem.
ResponderExcluir"Minha dor é perceber
ResponderExcluirQue apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais..."
A um pai rebelte devemos ser parecidos!!!
ResponderExcluirrebeldia sempre,em prol da transformação social!
Mas está bem claro que ainda falta maturidade nos brasileiros para diálogar consistentemente com o governo. Não adianta esbravejar! A política sofre mudanças e quem fica preso ao passado não encontrará meios para uma participação no novo processo. A capoeira (por parte dos capoeiristas) não tem realmente um projeto. Enquanto isso, ficamos aqui em baixo brigando e eles lá de cima mandam os editais - quem quiser que se encaixe! Não veremos imediatamente as mudanças com um ou outro governo, pois a mentalidade ainda continua a mesma. "Espera-se" muito. E essa posição é cômoda! Sabemos muito bem que esse tal de Pro-capeira, dias antes das eleições, tem um objetivo muito específico. Doutrinar para controlar!(e é nisso que eles acreditam. "Ficaremos de fora", estando por dentro do que acontece? Novamente digo que essa posição é cômoda. Fazer oposição é fácil! E a responsabilidade no processo, cadê?!
ResponderExcluirObs: A propósito Mestre Moraes,"a capoeira no patamar que ela merece", me fale um pouco mais.
Antônio Marcos - RJ
antoniom6619@yahoo.com.br
Alan...
ResponderExcluirOs capoeiristas experimentem boicotarem esses editais para ver se os políticos produzem arte.Quero ver o que colocarão nos pacotes turísticos,mas também qual propagada usariam para falsificar uma preocupação com a capoeira.Portanto,os oproveitadores tanto políticos quanto alguns capoeiristas só esperam esse momento para desfrutar das benesses que esse período propicia.
Alan...
ResponderExcluirAo postar um comentário escrevi a palavra "Propaganda" sem a letra "N" deixo minha observação.
Boicotar essas propostas eleitoreiras sempre.Porque,só os capoeiristas podem
arbirar o que é bom para a capoeira.Logo,a união dos capoeiras é nessária para solidificar a oposição em prol do desenvolvimento da arte que o Mestre Pastinha e outros nos deixaram.
AXE!
Alan...
ResponderExcluirA maquina estar com problema acima:ARBITRAR E NECESSÁRIO.
AXÉ!
A máquina pode até ESTAR com problema... mas o problema maior ESTÁ na escola pública e na falta de dedicação à lingua portuguesa.
ResponderExcluirComo é que nós, capoeiristas conscientes, podemos pensar numa transformação social que se diferencie dessa existente nos papéis?
Se, de alguma forma, ainda vivemos como nossos pais(respeitando a linhagem dos antigos capoeiristas, principalmente, Mestre Pastinha e Mestre João Pequeno) é porque ainda não encontramos armas eficazes para aniquilar com a supremacia desta politicagem existente no Brasil.
Capoeira e alianças políticas sempre foi sinônimo de segregação e jogo de interesses... Não só neste Três de Outubro de 2010, mas também em todos os outros dias, recusemos, capoeiristas, o cabresto!
Alan...
ResponderExcluirLutamos pela mesma causa,porém o que você chama cabresto eu conheço como ligação ancestral.Devo e vou procurar mais dedicação a língua portuguesa,mas não se esqueça que sua postura é semelhante a do poder que,por exemplo,busca criar editais complexos para limitar aos que são seus partidários e conhece os trãmites burocráticos bem, em detrimento do agente sério responsável pela perpetuação da cultura o acesso a direitos.Se você já teve oportunidade de conhecer o manuscrito dos mestres Pastinha e Noronha,talvez você não tenha dado o valor devido porque o português não é dos melhores,mas o que está escrito é para poucos,aliás é necessário ter ligaçâo ancestral para entender.Por fim,não se travestir de capoeirista para fazer o papel de capitão-do-mato. AXÉ!
Alan, se você tivesse parado para respirar, não teria trocado os pés pelas mãos... Eu não estava lhe julgando, estava lhe defendendo...
ResponderExcluirEm momento algum eu compararia o cabresto à ligação ancestral! Pense nisso. Ou melhor, faça uma análise mais minuciosa do texto "Caros malungos, acordemos!!!".
Concordo com você: existiam limitações quando ao português dos mestres em ambos os manuscritos, porém, os tempos são outros... Oralidade ancestral é uma coisa; escrita na mídia é outra totalmente diferente...
Perpetuemos, meu caro, o respeito as sábias palavras de Mestre Pastinha, e atentemos para o fato de que, em seu manuscrito, está a essencia que todos os capoeiristas angoleiros deveriam carregar consigo vinte e cinco horas por dia...
Axe!
Alan.
ResponderExcluirCara Bruna,temos um problema em comum,a causa da capoeira Angola.Por isso,nós e outros preocupados com as pessoas que querem se aproveitar dela,uniremos forças para solidificar a oposição.O jogo continua em prol da abolição da capoeira.AXÉ!
Acho que vale a pena acessar esse site: http://www.samba-choro.com.br/debates/1012493927/index_html
ResponderExcluiraxe mestre moraes.a historia e respeito a os ancestros, acapoeira crece e decrece,como a kalunga grande.como quisiera aprender. abogadokayakista@yahoo.com.ar
ResponderExcluirMestre Moraes escreveu: "E A APOSENTADORIA DOS VELHOS MESTRES, CADÊ GENTE?!!!!!"
ResponderExcluir...
Mestre, infelizmente a nossa previdência mal consegue pagar seus contribuintes (eu sei, é claro, que parte disso é devido às fraudes e desvios) então é absurdo que alguém que nunca tenha contribuído (me refiro à dinheiro mesmo) tenha direito, visto que nunca deu nada em troca. Sim, eu compreendo o valor cultural que esses velhos mestres tem, a dignidade de levar adiante a Capoeira e até admitiria uma pensão especial devido aos bons serviços prestados à nação no campo cultural - mas isso só seria possível se o INSS estivesse folgado o que NÃO É O CASO. A pergunta maior teria que ser: por que os velhos de hoje não se preocuparam com a sua velhice quando ainda era moços???
Abs, Artur.
Obs: E lembrando que muitos desses velhos mestres estão faturando bons cachês com suas presenças em eventos pelo Brasil e mundo afora ou vendendo seus cds e dvds ou berimbaus - pergunta: algum deles chega de volta em casa e declara esse dinheiro, paga algum imposto por ele??? É fácil ganhar dinheiro e sonegar e depois reclamar que foi esquecido pelo Estado............
Não podemos pensar apenas no "valor da arte que o negro traz". Esta idéia tem ajudado a perpetuar sub-repticiamente, o preconceito contra o negro. O negro acaba sendo visto como "portador" de algo interessante. Muitos se vangloriam, mas quando os outros se apropriam dessa arte, ou quando o negro não consegue mais expressá-la, cadê o seu valor? Nós precisamos nos valorizarmos primeiramente como seres humanos e depois politicamente, esquecendo as vaidades e lutando por melhor educação.
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